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Dieta carnívora: por que comer só produtos de origem animal é um risco

Sucesso nas redes sociais, a dieta recomenda a exclusão total de vegetais, favorecendo males cardiovasculares e outros prejuízos à saúde

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Foto colorida de dois bifes de carne bovina em uma a - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de dois bifes de carne bovina em uma a - Metrópoles - Foto: Vladimir Mironov/Getty Images

Entra ano, sai ano, e as dietas da moda desfilam pelas redes sociais e pelo boca a boca com suas promessas de emagrecimento. Atualmente, uma das mais populares — e controversas — atende pelo nome de “dieta carnívora”, rica em proteínas e produtos de origem animal, como carne, ovos e laticínios.

O modelo é tema de uma publicação, no último dia 22 de janeiro, na respeitada revista científica JAMA Cardiology. O artigo traz o caso de um homem de 40 anos que adotou um cardápio com espaço para mais de três quilos de queijo por dia, além de hambúrgueres, filés e tabletes de manteiga como opções de lanche.

Após oito meses consumindo esses alimentos, seus níveis de colesterol alcançaram a marca de 1.000 mg/dl – cinco vezes o que se considera normal. Entre os resultados desse excesso, o indivíduo desenvolveu xantelasma, distúrbio em que depósitos de gordura se acumulam sob a pele, e os nódulos engordurados e amarelos despontaram nas palmas de suas mãos. As imagens correram o mundo. “O exagero na ingestão de gordura saturada favorece essa condição”, comenta o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein.

Cortes gordurosos de carnes, assim como o leite e seus derivados nas versões integrais, entre outros itens de origem animal, costumam concentrar os tais ácidos graxos saturados, tipos de gordura atrelados ao aumento do LDL, o chamado colesterol ruim.

Altas taxas de LDL, por sua vez, estão envolvidas com inflamações e a acumulação de gordura nas artérias, favorecendo a formação de placas. “Esse processo contribui para eventos cardiovasculares como o infarto”, alerta a nutricionista Milena Gomes Vancini, coordenadora do Ambulatório de Nutrição no setor de Cardiopatia Hipertensiva, Lípides, Aterosclerose e Biologia Vascular, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Cardápio

Quem segue a dieta carnívora exclui do cardápio grãos, frutas, hortaliças e produtos classificados como ultraprocessados (industrializados que extrapolam em gordura, sódio, açúcar e aditivos).

Os adeptos — que consomem, além de todos os tipos de carnes vermelhas, aves, pescados, miúdos, ovos e lácteos com baixo teor de lactose — mencionam melhoras no metabolismo e perda de peso, mas a literatura científica carece de estudos robustos, bem fundamentados, sobre seus efeitos.

Por outro lado, não faltam evidências de que a falta de equilíbrio na alimentação está por trás de diversos prejuízos. Inclusive, em 2020, o cantor britânico James Blunt, que aderiu à dieta carnívora, foi diagnosticado com escorbuto — doença causada pela carência de vitamina C e que provoca sintomas como sangramentos nas gengivas e cansaço.

A retirada de carboidrato pode resultar, no mínimo, em desânimo. “O nutriente é fonte essencial de energia para nossas células”, pontua Cukier. “Deve ser incluído, em um contexto saudável, sem exageros, de preferência nas versões integrais.”

Embora indispensável, o carboidrato sempre é o primeiro a ser riscado nesses modismos. E o movimento vem de longe. Um dos pioneiros famosos foi o cardiologista Robert Atkins, que, nos anos de 1970, criou a dieta que leva seu sobrenome. Ao longo das décadas, surgiram variações mais modernas de low carb — termo em inglês que significa “pouco carboidrato”.

Acrescente-se à lista a dieta paleolítica, que tenta imitar o menu do tempo das cavernas, e ainda a cetogênica. “A dieta cetogênica tem um protocolo dietético, com indicações específicas, como em casos de epilepsia, por exemplo”, afirma Vancini. Mas não deve ser seguida sem orientação profissional.

Além de a maioria desses cardápios excederem nas gorduras saturadas, eles tendem a carregar na quantidade de proteínas, exigindo trabalho redobrado dos rins para processar e eliminar os resíduos proteicos.

E no caso da dieta carnívora, a ausência de fontes de fibras ainda contribui para danos ao intestino. “Pode prejudicar a motilidade intestinal e a microbiota, levando a um quadro de constipação e atrapalhando, inclusive, a absorção de nutrientes, sobretudo as vitaminas e os sais minerais”, adverte a nutricionista da Unifesp.

A Dieta Planetária

Na contramão desses cardápios radicais, surgiu a Dieta Planetária. Além de recomendar o consumo equilibrado de frutas, legumes, verduras, grãos integrais, feijões e castanhas, estimula modelos sustentáveis para a produção de alimentos e valoriza a biodiversidade.

Foi criada em 2019, a partir de um relatório elaborado por uma comissão formada por 37 estudiosos, de 16 países, chamada EAT-Lancet. O documento sugere a redução no consumo de carne, com ampliação de itens do reino vegetal. Destaca ainda a diminuição do açúcar de adição, além de questões como a utilização de água e a emissão de gases de efeito estufa.

Envolve, portanto, cuidados com a preservação do ambiente e desponta em estudos pelos benefícios à saúde. Um dos trabalhos mais recentes é uma revisão de estudos publicada em dezembro de 2024 no periódico Clinical Nutrition e aponta um elo entre o plano alimentar e a redução do risco cardiovascular, do diabetes e do câncer.

Outros estudos revelam ainda que pode ser uma aliada no combate à obesidade. A presença de ingredientes ricos em antioxidantes, vitaminas, sais minerais, fibras, entre outras substâncias protetoras, ajuda a explicar esses benefícios.

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