Em 100 dias de Trump, Bolsas de Nova York lideraram perdas globais
Entre 21 índices de todo o mundo, S&P 500, Dow Jones e Nasdaq só não perdem para o mercado argentino. Ibovespa está em 8º lugar no ranking
atualizado
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizou um feito considerável em seus 100 primeiros dias de mandato. Ele fez com que os principais índices das Bolsas de Nova York acumulassem as maiores perdas do mercado global de capitais.
Segundo levantamento da consultoria Elos Ayta, entre 21 índices mundiais, três dos quatro piores desempenhos vêm da maior economia do planeta. Entre os indicadores americanos, o Nasdaq, que concentra as ações das empresas de tecnologia, liderou as perdas com queda de 11,53%. Ele foi seguido pelo S&P 500 (-7,80%) e pelo Dow Jones (-7,50%).
A maior queda mundial, contudo, ficou com a Bolsa da Argentina, uma espécie de hors concurs do ranking (veja quadro abaixo). “O S&P Merval despencou 22,8% no mesmo período, refletindo as fragilidades domésticas e o impacto do cenário externo sobre economias emergentes com baixa confiança institucional”, diz Einar Rivero, sócio da Elos Ayta.
Espanha líder
No lado positivo da lista, o destaque ficou com a Espanha, com o índice IBEX valorizando 26,6% em dólares, assumindo a liderança entre os mercados analisados. A seguir, vieram o IPyC do México (+23,0%) e o FTSE MIB da Itália (+19,56%), mostrando que investidores buscaram proteção — e oportunidade — fora do eixo tradicional EUA-China.
Ibovespa em destaque
O Brasil, observa Rivero, ficou bem-posicionado na lista. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3) subiu 17,3% em dólares, ocupando a oitava colocação entre os 21 índices monitorados. No universo latino-americano, o índice brasileiro ficou na quarta posição, atrás apenas do México, Chile (+19,13%) e Colômbia (+18,94%), mas à frente do Peru (+4,66%) e, com larga margem, da Argentina.
O bloco europeu também mostrou relevância. Além da Espanha e Itália, o Euro Stoxx 50 avançou 18,44% e o PSI de Portugal, 17,57%, refletindo uma recuperação coordenada e um menor grau de exposição direta às medidas protecionistas americanas.
Asiáticos de lado
Já os mercados asiáticos ficaram no meio do caminho. O FTSE China 50 subiu 13,03%, o Hang Seng de Hong Kong avançou 9,88%, enquanto o Japão praticamente andou de lado, com alta de apenas 0,44% no Nikkei 225.
“Com isso, o retrato global após 100 dias de Trump no poder é cristalino: os investidores estão girando a chave”, afirma Rivero. “Sai o entusiasmo cego com os EUA; entra a busca por valor em economias subestimadas e mais estáveis no curto prazo. Menos Nasdaq, mais IBEX.”
Ranking dos principais índices globais
(rentabilidade em dólares entre 20 de janeiro e 28 de abril)
- Espanha – Ibex + 26,6%
- México – IPyC + 23%
- Itália – FTSMIB + 19,56%
- Chile – Ipsa + 19,13%
- Colômbia – Msci – + 18,94%
- Europa – Euro Stoxx 50 + 18,44%
- Portugal – PSI + 17,57%
- Brasil – Ibovespa + 17,30%
- Alemanha – DAX + 16,96%
- China – Ftse + 13,03%
- Bélgica – BEL 20 + 10,84%
- China – Hang Seng + 9,88%
- Inglaterra – FTSE 100 + 9,28%
- Holanda – AEX + 8,35%
- França – CAC40 + 7,95%
- Peru – Sp/Bvl + 4,66%
- Japão – Nikkei 225 + 0,44%
- EUA – Dow Jones – 7,50%
- EUA – S&P 500 – 7,80%
- EUA – Nasdaq – 11,53%
- Argentina – S&P Merval – 22,80%
Fonte: Elos Ayta