Dólar tem 7ª queda seguida com mercado arredio a medidas de Trump
Moeda americana fechou em queda de 0,68%, cotada a R$ 5,64, acompanhando tendência mundial. O Ibovespa 0,21%, aos 135.015
atualizado
Compartilhar notícia

Os mercados de câmbio e ações do Brasil seguem resistindo às turbulências globais, provocadas pela guerra comercial, formalmente declarada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2 de abril, o “Dia da Libertação”, segundo o republicano.
Nesta segunda-feira (28/4), o dólar fechou em queda de 0,68%, cotado a R$ 5,64, no sétimo recuo seguido da moeda americana frente ao real. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrou alta de 0,21%, aos 135.015 pontos.
No Brasil, a cotação do dólar acompanhou o mercado global. Às 16h45, o índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas de países desenvolvidos, caiu 0,51%, aos 98,95 pontos. Em relação a moedas de outros emergentes, porém, o dólar valorizou-se. Ele subiu 0,40% sobre o peso mexicano, por exemplo.
O Ibovespa também seguiu os principais índices das Bolsas de Nova York. O Dow Jones subiu 0,28% e o S&P 500 anotou leve elevação de 0,06%, o que, na prática e dada a pequena movimentação, representa estabilidade. O Nasdaq, que concentra as ações das grandes empresas de tecnologia, que têm sido fortemente afetadas pelas consequências do tarifaço, caiu 0,10%.
Fluxo estrangeiro
A queda do dólar, observe-se, tem sido uma constante em todo o mundo desde o anúncio do tarifaço. As medidas de Trump criaram um clima de forte incerteza sobre o desempenho da economia americana. O temor é de um aumento da inflação, com recessão.
Para Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, a sétima baixa da moeda americana também foi impulsionada no Brasil pela entrada de recursos estrangeiros na Bolsa brasileira. “Adicionalmente, houve declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento em São Paulo, reforçando o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação e sinalizando a manutenção dos juros em níveis contracionistas por mais tempo”, diz Shahini.
“A possível redução das tensões comerciais entre EUA e China, somada a movimentos pontuais de alívio nas tarifas — como a isenção sobre alguns chips americanos —, também sustenta essa melhora do humor nos mercados”, afirma o analista.
Petróleo em queda
Na B3, observa o economista Fabio Louzada, da “Eu me banco”, o Ibovespa acusou a queda das ações das petroleiras, como Petrobras, Brava Energia e Petrorecôncavo. “O preço do petróleo cai em meio às preocupações dos investidores em relação às taxações de Trump e reage à falta de notícias positivas sobre novos acordos”, diz. “Em meio a esse cenário de risco elevado, os investidores buscam mais uma vez proteção no ouro, que sobe.”
Ouro e petróleo
No fechamento da Comex, a divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho subiu nesta segunda-feira 1,49%, cotado a US$ 3.347,7 por onça-troy (31,1 gramas).
No caso do petróleo, as quedas foram de 1,51% para os contratos de junho do tipo Brent (referência para o mercado mundial) e de 1,54% do barril WTI (referência para os Estados Unidos), com vencimento para o mesmo mês.