Dólar cai a R$ 5,65 e Bolsa dispara com alívio por recuos de Trump
No dia anterior, o dólar fechou em baixa de 1,32%, cotado a R$ 5,72, o menor valor desde os primeiros anúncios do tarifaço de Trump
atualizado
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O dólar operava em baixa nesta quarta-feira (23/4), em um dia de maior otimismo nos mercados em relação aos desdobramentos da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Os investidores repercutem declarações do presidente dos EUA, Donald Trump, nessa terça-feira (22/4), amenizando o tom tanto sobre a disputa comercial com Pequim quanto a respeito de sua suposta intenção de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell – ele negou.
Dólar
- Às 14h25, o dólar caía 0,16%, a R$ 5,719.
- Mais cedo, às 12h19, a moeda dos EUA recuava 0,46% e era negociada a R$ 5,702.
- Na cotação máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,719. A mínima é de R$ 5,658.
- No dia anterior, o dólar fechou em baixa de 1,32%, cotado a R$ 5,72, o menor valor desde os primeiros anúncios do tarifaço de Trump.
- Com o resultado, a moeda acumula ganhos de 0,39% no mês e perdas de 7,31% no ano frente ao real.
Ibovespa
- O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em alta nesta quarta-feira.
- Às 14h30, o Ibovespa subia 1,6%, aos 132,5 mil pontos.
- Mais cedo, às 12h24, o indicador avançava 2,06%, aos 133,1 mil pontos.
- Na véspera, o Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,63%, aos 130,4 mil pontos.
- Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula alta de 0,16% em abril e de 8,46% em 2025.
China e Powell
Nessa terça-feira (22/4), depois de ter levantado a possibilidade de demitir o presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, Trump recuou, amenizou o tom e praticamente afastou essa hipótese.
“Nunca tive [intenção de demitir Powell]. A imprensa exagera as coisas”, afirmou Trump a repórteres.
“Não, não tenho intenção de demiti-lo. Gostaria de vê-lo ser um pouco mais ativo em relação à sua ideia de reduzir as taxas de juros”, prosseguiu o presidente dos EUA.
“Acreditamos que este é o momento perfeito para reduzir a taxa, e gostaríamos de ver nosso presidente [do Fed] agir com antecedência ou pontualmente, em vez de com atraso”, completou Trump.
A diretoria do Federal Reserve é composta por sete integrantes que cumprem mandatos de 4 a 14 anos – todos são indicados pela Presidência dos EUA.
A indicação para o cargo de presidente do Fed é definida pela Casa Branca e confirmada por uma votação no Senado norte-americano a cada 4 anos.
Em 2022, Jerome Powell foi indicado pelo então presidente dos EUA, Joe Biden, para um segundo mandato à frente do Fed – que termina em maio de 2026.
O entendimento majoritário nos EUA é o de que o presidente do Fed não pode ser removido do cargo sem que haja uma “justa causa”. Há, no entanto, um caso pendente de decisão pela Suprema Corte do país que remete a um precedente estabelecido há 90 anos, em 1935.
De qualquer forma, caso Trump fosse adiante na ideia de demitir Powell, provavelmente o caso chegaria à Suprema Corte dos EUA.
Em relação à guerra comercial contra a China, Donald Trump também amenizou o discurso e abriu brecha para um possível acordo com o país asiático.
“[Uma tarifa] De 145% é muito alta, não será tudo isso. Será reduzida substancialmente. Não será zero”, afirmou Trump.