B3 exclui ações da Azul de todos os índices após recuperação judicial
De acordo com a B3, objetivo da medida é preservar a integridade e a representatividade dos índices, que servem como referência ao mercado
atualizado
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A Bolsa de Valores do Brasil (B3) anunciou nessa quarta-feira (28/5) que excluirá as ações da Azul de todos os seus índices.
O que aconteceu
- A medida foi tomada após o anúncio de que a companhia aérea entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos.
- A B3 informou que a exclusão das ações da empresa está de acordo com o Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3 e segue os procedimentos previstos para os casos em que companhias listadas am por situações excepcionais – entre as quais o pedido de proteção judicial contra credores no exterior.
- De acordo com a Bolsa brasileira, o objetivo da medida é preservar a integridade e a representatividade dos índices, que servem como referência para investidores no país e no exterior.
O que muda
Os papéis da Azul serão excluídos da Bolsa ao preço de fechamento do pregão regular desta quinta-feira (29/5). A partir de então, a participação da companhia aérea nos índices será redistribuída, de forma proporcional, entre os demais ativos que compõem as carteiras, fazendo os respectivos ajustes.
As ações da Azul encerraram o pregão de quarta-feira com desvalorização de 3,74%, negociadas a R$ 1,03.
A medida da B3 impacta a composição de alguns índices do mercado brasileiro, como IGCX, IBXX, IGCT, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL, IDVR, IBHB, IBBR, IBEP, IBEW, IBBE, IBBC, além do principal deles, o Ibovespa (IBOV).
Recuperação judicial da Azul
De acordo com comunicado da Azul, o processo iniciado nos EUA “permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira”.
“A Azul pretende usar esse instrumento legal, comprovado e amplamente conhecido, para eliminar aproximadamente US$ 2 bilhões em dívida total financiada, reduzir obrigações de arrendamento e otimizar sua frota, permitindo que a companhia saia do processo com mais flexibilidade e uma estrutura de negócios e de capital mais sustentável”, diz a companhia aérea.
Ainda segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, o equivalente a cerca de R$ 11,2 bilhões, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.
A empresa afirma também, que durante esse período, continuará operando normalmente, mantendo “compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume”.
“Com uma abordagem colaborativa e o apoio dos nossos parceiros, tomamos a decisão estratégica de iniciar uma reestruturação financeira voluntária com um movimento proativo para otimizar a nossa estrutura de capital – que foi sobrecarregada pela pandemia da Covid-19, turbulências macroeconômicas e por problemas na cadeia de suprimentos da aviação”, explicou o CEO da Azul, John Rodgerson.