Gaza: ONU corrige alerta de que 14 mil crianças iriam morrer em 2 dias
Os 14 mil casos graves de desnutrição aguda entre crianças de 6 a 59 meses são estimados para quase 1 ano, e não para um período de 48 horas
atualizado
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A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que a informação divulgada pelo diretor de ajuda humanitária da agência, Tom Fletcher, alegando que 14 mil bebês na Faixa de Gaza poderiam morrer em 48 horas, é incorreta. De acordo com a ONU, os números não correspondem aos dados reais do relatório citado pela organização.
Entenda
- O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, alertou no último dia 20 que 14 mil bebês iriam morrer na Faixa de Gaza em 48 horas. A fala, contudo, foi equivocada, uma vez que a estimativa se referia ao período de um ano, e não dois dias.
- A declaração ocorreu após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciar a suspensão parcial do bloqueio de suprimentos de ajuda humanitária imposto ao território desde 2 de março.
- O bloqueio agravou a crise humanitária no território conflagrado, o que levou líderes internacionais a pressionarem o premiê israelense.
Na semana ada, o chefe humanitário da ONU alegou que 14 mil bebês em Gaza iriam morrer em 48 horas caso não recebessem ajuda. Nas redes sociais, ele afirmou que a distribuição de água e alimentos precisava ser feita com urgência.
Porém, a Classificação Integrada das Fases de Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), sistema global que classifica e comunica a gravidade da insegurança alimentar e da desnutrição, informou que os 14 mil casos graves de desnutrição aguda entre crianças de 6 a 59 meses são estimados para quase um ano, e não para um período de 48 horas.
De acordo com os dados, 20% desses casos são classificados como desnutrição aguda severa, e os 80% restantes são considerados moderados.
A ONU informou também que, nesta terça-feira (27/5), Israel permitiu novamente a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, mas alertou que o grupo Hamas tem impedido a distribuição dos suprimentos.
O grupo palestino ainda mantém 58 reféns em Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023.