Boulos aciona MP contra Nunes e prefeitura por morte de senegalês
Guilherme Boulos pede que Ministério Público apure responsabilidade do prefeito Ricardo Nunes e da prefeitura de SP em morte de senegalês
atualizado
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O deputado Guilherme Boulos (PSol-SP) acionou o Ministério Público contra a Prefeitura de São Paulo e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) pela morte de um ambulante senegalês durante uma abordagem policial.
A representação foi enviada ao Ministério Público Estadual na quarta-feira (16/4). No documento, Boulos diz ser necessário apurar a responsabilidade da prefeitura na abordagem, feita no âmbito da “Operação Delegada”.
A operação é um convênio entre a prefeitura da capital paulista e o governo do Estado. Ela prevê que policiais militares, de forma voluntária, atuem para coibir ambulantes e comerciantes ilegais nas ruas da capital.
“Assim, em razão dos inaceitáveis episódios de violência policial que têm se repetido na chamada ‘Operação Delegada’, sob comando e direção da Prefeitura de São Paulo, com despesa de R$ 1 milhão por dia pela Prefeitura, requer-se que o Ministério Público do Estado de São Paulo instaure procedimento de investigação para apurar as responsabilidades da Prefeitura de São Paulo no episódio do assassinato do senegalês Ngagne Mbaye, ocorrido em 11/04/2025, no âmbito da ‘Operação Delegada’”, diz Boulos na representação.
O psolista lembra que há denúncias de abusos de policiais durante a operação, que é responsabilidade da prefeitura paulistana, e que os valores gastos “contrastam” com o “amadorismo” dos agentes.
“Os altos valores gastos pela Prefeitura, porém, contrastam com o amadorismo e a irresponsabilidade na atuação dos agentes policiais, que, atuando sob comando e direção da Prefeitura de São Paulo, assam o senegalês Ngagne Mbaye”, alega o deputado.
Morto durante operação
A morte do senegalês Ngagne Mbaye, de 34 anos, ocorreu no dia 11 de abril, durante uma abordagem da operação. O ambulante reagiu à tentativa dos policiais de apreender suas mercadorias e acabou baleado.
O senegalês chegou a ser socorrido, mas chegou morto ao hospital. Segundo relatos, ele vendia chinelos de couro na região central de São Paulo e enviava o dinheiro para sua família. Mbaye não tinha parentes no Brasil.