Ibama: paralisação na fiscalização chega a 1.200 servidores
Servidores do Ibama cobram governo Lula por melhorias; “Não tem floresta em pé com servidores no chão”, diz dirigente de associação
atualizado
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Pelo menos 1.200 servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informaram, até o fim da tarde desta terça-feira (2/1), que vão suspender suas atividades de fiscalização externa. Os funcionários cobram melhorias na carreira e alertam que a paralisação afetará o combate a desmatamentos, incêndios e invasão de terras indígenas.
“A partir de 1º de janeiro de 2024, todos os servidores do Ibama que subscrevem o presente documento concentrarão seus esforços exclusivamente em atividades burocráticas internas”, afirmou o documento encaminhado ao governo federal na última sexta-feira (29/12), e que já foi assinado por 1.200 funcionários do Ibama.
O comunicado afirmou que os servidores do Ibama estão há dez anos “em total abandono”, e foram os que mais sofreram assédio durante o governo Bolsonaro. “Aguardamos uma resposta urgente e ações concretas”, seguiu o documento.
Uma das líderes da mobilização é Silvia Nascimento, servidora do Ibama e diretora da Asibama-DF, entidade que representa os funcionários do órgão. Nascimento afirmou que esperava que a carreira fosse valorizada no governo Lula.
“Se colocar na ponta do lápis, não vale o trabalho de fiscalização. Quando a gente volta do campo, temos que compensar o trabalho istrativo, não temos horas extras ou banco de horas. Estamos sem uma reestruturação digna há pelo menos dez anos”, afirmou.
Silvia Nascimento disse ainda que o grupo se reuniu com o Ministério da Gestão em outubro do ano ado, e que desde então o governo não respondeu à proposta dos servidores. A servidora criticou o recente aumento de até 27% dado a carreiras da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), cujos salários podem chegar a R$ 41 mil.
“O estopim foi a reestruturação das carreiras da PF e PRF no apagar das luzes de 2023. Estamos cansados. Não tem como ter floresta em pé com servidores no chão”.
Procurados, o Ministério da Gestão e o Ibama não responderam. O espaço está aberto a eventuais manifestações.