“Coragem de enfrentar abusos do STF”, diz Novo sobre Sebastião Coelho
O desembargador Sebastião Coelho, que foi detido no STF por gritar na entrada da Primeira Turma, se filiou ao Novo e mira eleições de 2026
atualizado
Compartilhar notícia

O desembargador aposentado Sebastião Coelho, que foi detido após ser barrado na entrada da sala da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e tem histórico de rusgas com a Suprema Corte, se filiou ao Partido Novo. Ele vai oficializar todo o processo em 10 de junho, em Brasília, quando confirmará sua pré-candidatura ao Senado Federal pelo Distrito Federal nas eleições de 2026.
A informação foi divulgada após negociações com o Novo, que busca ampliar sua presença no Congresso Nacional com nomes de perfil técnico e que defendam a liberdade de expressão, entre outras bandeiras do partido.
“É uma honra receber o dr. Sebastião Coelho no Novo. Um homem decente e honrado, que age com coerência e convicção. Sua coragem para enfrentar os abusos do Supremo é inquestionável”, disse Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Novo.
Natural de Santana do Ipanema (AL), Sebastião Coelho tem 70 anos e construiu carreira no Judiciário do Distrito Federal, onde atuou como juiz e, posteriormente, desembargador do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT). Em 2022, renunciou ao cargo de vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) em protesto contra a posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alegando que o ministro teria feito uma “declaração de guerra ao país”.
8 de janeiro
Depois de se aposentar, Coelho ou a atuar como advogado e atuou na defesa dos réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Defendeu ainda Filipe Martins, réu pela suspeita de estar envolvido na trama golpista. Ele está entre os reús do núcleo 1, o mesmo de Jair Bolsonaro (PL).
Durante julgamento do núcleo 1, que aceitou denúncia contra Martins, Coelho chegou a ser detido após ser barrado na entrada da sala da Primeira Turma do STF. Em sua sustentação oral, em sessão posterior, ele comparou o cliente a Jesus Cristo. “Filipe Martins aguarda que esse tribunal, hoje, dê ouvidos à sua defesa e que aquele processo de crucificação que Jesus sofreu, e Filipe Martins está sofrendo desde 8 de fevereiro de 2024, tem de acabar hoje. Vossas excelências têm o poder para acabar com isso”, disse na Suprema Corte.
Em seguida, ele deixou a defesa de Martins por motivos pessoais.
Processo no CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu processo istrativo contra Coelho por suposta incitação à animosidade das Forças Armadas e autopromoção com fins eleitorais. Entretanto, a Polícia Federal não encontrou indícios financeiros que o ligassem aos atos de 8 de janeiro, concluindo que suas movimentações bancárias se restringiam a gastos pessoais.
Com forte presença nas redes sociais — mais de 500 mil seguidores no Instagram — e apoio de setores conservadores, Coelho busca consolidar sua candidatura ao Senado pelo DF.