Jovem baleada por companheiro pode ficar tetraplégica, afirma delegado
Homem confessou ter disparado à queima-roupa contra o pescoço da vítima, que está internada. Mesmo em estado grave, ela detalhou agressões
atualizado
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Baleada na noite de segunda-feira (25/1) pelo companheiro, uma jovem de 23 anos pode ficar com graves sequelas. O crime ocorreu no Recanto das Emas, onde o acusado começou a discutir com a vítima, sacou uma arma de fogo e, com o revólver encostado no pescoço dela, disparou.
A jovem, socorrida pelo próprio agressor e por um cunhado, recebeu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Recanto das Emas. A tentativa de feminicídio, como o crime é tratado pela 27ª Delegacia de Polícia, pode deixar a mulher paraplégica ou até tetraplégica, segundo o delegado responsável pelas investigações, Pablo Aguiar.
“Infelizmente, isso é o que acontece rotineiramente nas delegacias, mulheres vítimas de agressões”, lamenta o investigador. Inicialmente afirmando ter disparado por acidente, o autor mudou a versão e confessou o crime. “Ao ser interrogado, disse que sacou a arma, encostou no pescoço [da vítima] e só viu na hora do estampido”, detalha o delegado.
Essa não teria sido a primeira vez que o acusado usou a arma contra a companheira. Segundo Aguiar, em junho de 2020, o homem teria utilizado a mesma pistola, só que atirando para o alto, para ameaçar a vítima após uma discussão. O casal tem dois filhos, um de 7 e outro de 4 anos.
A jovem, mesmo em estado grave de saúde, prestou depoimento aos agentes e revelou as discussões recorrentes. “Mais uma vítima de situações de violência doméstica, situações a que são submetidas as mulheres. Mas, graças ao trabalho da PMDF, foi possível a prisão desse indivíduo”, destacou o delegado.
Veja, na íntegra, as informações adas pelo delegado Pablo Aguiar.
Denúncias
Para denunciar casos de agressão, vítimas de violência doméstica podem registrar ocorrência pela internet. É possível fazer a denúncia também pelo WhatsApp, pelo número (61) 98626-1197 e pelo Disque-Denúncia 197, opção 3, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).
Outra possibilidade para as mulheres é se dirigir a estabelecimentos do DF e dizer “sinal vermelho” ou mostrar um “X” vermelho desenhado na palma da mão. Farmácias, repartições públicas, portarias de condomínio, hotéis e supermercados são considerados aptos a receber denúncias nessa nova forma, conforme lei estabelecida no início do ano.