Glitter e Purpurina são uma ameaça para o meio ambiente
Nesta época de carnaval, ambientalistas acreditam que o produto deve ser evitado
atualizado
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O carnaval está chegando e junto com ele a busca pela fantasia perfeita que, de uma forma ou de outra, precisa ter algum brilho. O que a maioria das pessoas faz? Recorre aos protagonistas da festividade: o glitter ou a purpurina.
No entanto, esses elementos são apenas dois de muitas formas de microplásticos que estão causando estragos no meio ambiente e ecossistemas oceânicos. Para se ter ideia, até produtos de beleza — como sabonetes esfoliantes — possuem pequenas partículas plásticas que são extremamente tóxicas.
Um estudo realizado por Lisa Fendall e Mary Sewell observou que esses tipos de microesferas são muito pequenas para serem filtradas durante o processo de tratamento da água. Isso significa que elas vão diretamente para o meio ambiente e, uma vez despejadas, dificilmente serão posteriormente retiradas.
Ambientalistas estimam que há 8 milhões de toneladas do material acaba nos oceanos todos os dias – o equivalente a um caminhão de lixo de plástico sendo despejado no mar a cada minuto. Como os microplásticos não se degradam facilmente, peixes e outros seres aquáticos acabam confundindo esses pequenos materiais com pedaços de comida.
Tanto que, recentemente, cientistas da Universidade de Wageningen, na Holanda comprovaram que as nanopartículas de plástico têm um efeito adverso sobre os mexilhões. Um estudo feito nos EUA chegou a dizer que esses materiais são nocivos para os ciclos reprodutivos desses pequenos moluscos.
Em um outro levantamento, descobriram que uma pessoa comum que consome porções de frutos do mar regularmente vai acabar com cerca de 11.000 peças de microplásticos em seu estômago a cada ano.
Em entrevista para “O Globo”, Cláudio Gonçalves Tiago, pesquisador do Centro de Biologia Marinha, alertou sobre a situação alarmante e recomendou distância de glitter e purpurina neste carnaval. “É uma poluição desnecessária, assim como o rojão é desnecessário, por causa da poluição sonora. Na verdade, acho que nós não fazemos muito bem ao meio ambiente”.