Hepatite B: saiba se você precisa tomar vacina contra doença fatal
Vacina é ofertada pelo Sistema Único de Saúde logo nos primeiros dias de vida, mas muitos pais não levam os filhos para completar as doses
atualizado
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A hepatite B é uma doença infecciosa que ataca o fígado. Ela é causada pelo HBV, um vírus que é transmitido principalmente em relações sexuais. A inflamação pode ser tornar crônica e levar a quadros de cirrose e câncer, sendo potencialmente fatal.
A vacina contra a hepatite B é ofertada pelo Sistema Único de Saúde (SUS): há imunizantes para recém-nascidos, bem como para pessoas que tenham perdido o primeiro esquema de vacinação.
Quem deve tomar a vacina para a hepatite B?
De modo geral, há dois esquemas vacinais atuantes contra a hepatite B no Brasil. Em bebês em até 30 dias após o nascimento é aplicada a vacina de hepatite B monovalente, chamada de “dose ao nascer”. Na maioria dos casos, a vacina é aplicada 12h após o parto.
Quando a criança toma a vacina pentavalente (que previne também contra difteria, tétano, coqueluche e da bactéria Haemophilus influenzae tipo b), são aplicados reforços da imunização contra a hepatite B. No calendário vacinal, eles estão previstos para dois, quatro e seis meses de vida.
Para quem não completou o esquema vacinal quando recém-nascido, existe a possibilidade de receber uma outra tipo de imunização a partir dos 7 anos de idade. Essa vacina é dada em um esquema de três doses, com um intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda aplicação e seis meses até a última dose.
Cobertura da vacina está caindo?
Segundo o Ministério da Saúde, a taxa atual de cobertura da vacina da hepatite B em recém-nascidos está em 74,6%, o ideal seria 90% de cobertura. O número é levemente maior que o de 2023, 73,2%, mas menor do que o registrado em 2022, quando 82,7% das crianças foram imunizadas.
A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Mônica Levi, afirma que a ausência de imunização nos primeiros dias de vida é um dos principais furos do esquema vacinal. “Não se pode abrir mão da primeira dose na maternidade. Só precisamos de doses em adolescentes e adultos quando o esquema da primeira infância não foi respeitado. Atualmente, todas as vacinas do calendário infantil estão abaixo da meta e também dos adolescentes e adultos. Por mais que haja uma recente tendência de crescimento, é muito tímida”, explica Mônica.
O esquema para pessoas acima de 7 anos tampouco tem encontrado adesão na população. Segundo dados do DataSUS, em 2022, 22,5 mil pessoas tomaram a primeira dose do esquema a partir de 7 anos. Para o reforço após o primeiro mês, apenas 12,9 mil retornaram. Completaram o esquema apenas 8,1 mil pessoas, o que representa apenas 36% de todos que começaram o esquema vacinal.
Quem não completou tem de começar de novo?
Tanto nos casos de atrasos das doses de reforço da vacina pentavalente (da primeira infância), como da vacina para hepatite B, mesmo que o esquema vacinal esteja atrasado, é possível completá-lo.
Os prazos indicados são os ideais para a imunização, mas caso a pessoa tenha perdido, não é necessário reiniciar o esquema, apenas completá-lo conforme a situação encontrada e respeitando os intervalos mínimos de istração das doses.
“Qualquer dose aplicada é dose válida. Se a pessoa atrasou, não importa o prazo, não importa se é a vacina que era para crianças ou adultos, ela conta a dose que foi feita e faz a segunda e a terceira. Seja qual for o tempo que ou, dose dada é dose computada no sistema imunológico”, esclarece a presidente da SBIm.
Isso não quer dizer, porém, que os prazos não tem importância. Eles são definidos para que a pessoa consiga uma proteção completa no menor tempo possível, para evitar que fique doente e que esteja defendida o quanto antes, por isso é importante segui-los.
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