Menopausa: entenda como mudança hormonal afeta a saúde da pele
A queda do estrogênio na menopausa impacta o colágeno, hidratação e barreiras naturais da pele, exigindo novos hábitos de cuidados
atualizado
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A menopausa marca o encerramento do ciclo reprodutivo e costuma ocorrer entre os 45 e 50 anos. Além de alterações físicas e os conhecidos sintomas da perimenopausa, como os fogachos, a mudança afeta também a pele.
Com a queda da produção natural do estrogênio, característica do período, ocorrem mudanças visíveis na pele, que se torna mais fina, seca e flácida. Essa transformação acontece porque, sem o hormônio, o corpo reduz também a produção de colágeno e a capacidade de reter água.
Sintomas da menopausa
- Irregularidades menstruais, hemorragias ou escassez no fluxo.
- Ondas de calor ou fogachos, com episódios súbitos de sensação de calor no rosto, pescoço e na parte superior do tronco. Geralmente, vêm acompanhados de vermelhidão.
- Dificuldade para esvaziar a bexiga, dor ao urinar e escape de urina.
- Ressecamento vaginal, dor na penetração e diminuição da libido.
- Aumento da irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado.
- Depressão, ansiedade, melancolia, perda da memória.
- Mudanças no ritmo de sono.
- Alterações no vigor da pele, dos cabelos e das unhas, que ficam mais finos e quebradiços.
- Alterações na distribuição da gordura corporal, que a a se concentrar mais na região abdominal.
- Perda de massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia.
Com isso, linhas finas, rugas e maior sensibilidade tornam-se queixas frequentes em consultórios. A dermatologista Gabriella Albuquerque, do Rio de Janeiro, destaca que muitas mulheres buscam a especialidade antes mesmo de consultar o ginecologista. “É a percepção das alterações estéticas que costuma motivar a procura por ajuda”, relata.
Como a pele muda durante a menopausa?
Rugas profundas, perda do contorno facial, cabelos ralos e unhas frágeis são sinais frequentes da menopausa. Somam-se a esses uma cintura menos definida e ressecamento generalizado, inclusive em áreas como a mucosa vaginal.
De acordo com a dermatologista Patricia Fabrini, de São Paulo, entender o que ocorre no corpo e adotar hábitos saudáveis é fundamental para atravessar o período com qualidade de vida.
“Manter um estilo de vida ativo durante a menopausa, com a prática de atividades físicas, como yoga, corrida ou musculação, estimula a regeneração das fibras musculares e a produção de colágeno, podendo minimizar os efeitos. Manter uma dieta saudável, rica em magnésio, ferro e vitamina D também é essencial para melhorar a disposição e a força física, além de auxiliar na manutenção de uma pele saudável”, afirma ela.
Colágeno, pH e barreira de proteção
Além do colágeno, há outros fatores pouco conhecidos que influenciam na saúde cutânea no período da menopausa. Segundo Gabriella, outra importante alteração da pele na menopausa é em relação ao pH. “Ele se torna mais alcalino, o que favorece o crescimento de microrganismos, como fungos e bactérias, aumentando o risco de infecções cutâneas e irritações frequentes”, alerta.
A médica, que é autora do livro Menopausa sem Pausa, aponta que outros fatores também fragilizam a pele no período. “Há uma queda nos fatores hidratantes naturais da pele e na formação do manto lipídico. Essa mudança compromete também a coesão entre as células da camada superficial da pele. Com a barreira cutânea fragilizada, há perda de água e maior chance de inflamações e manchas”, observa.
Hábitos de cuidado mais exigentes
Com tantas ameaças, a rotina de cuidados precisa ser ajustada. A recomendação é evitar sabonetes abrasivos e banhos quentes, que removem ainda mais a proteção natural.
Optar por produtos com pH mais ácido, entre 3,5 e 4,5, também ajuda a reequilibrar a pele. Hidratantes com ácido hialurônico e ceramidas são recomendados para o rosto e corpo, contribuindo para a manutenção da hidratação e da elasticidade.
Além disso, introdução de antioxidantes, como a vitamina C, também tem impacto positivo. “Ela atua na prevenção do envelhecimento e ajuda a uniformizar o tom da pele, principalmente quando usada pela manhã”, completa Gabriella.
Autoestima e conexão entre mulheres
Além do tratamento tópico e das mudanças de comportamento, as especialistas indicam que a prática de autocuidado na menopausa deve incluir também uma preocupação com a saúde mental e o estresse. “Isso inevitavelmente se reflete na pele”, indica Patrícia.
Para ela, o fortalecimento da autoestima é essencial para viver o período de mudanças de forma positiva. “A menopausa, muitas vezes associada ao fim de uma fase, também pode representar um novo começo”, indica.
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