Diagnóstico de câncer é cada vez mais comum, mas tratamentos também avançam

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2023 e 2025 são esperados cerca de 704 mil diagnósticos de câncer no Brasil por ano. Só no Distrito Federal, mais de 7,3 mil casos devem ser registrados em 2023.

O câncer tem se tornado cada vez mais comum na população mundial, uma alta estimulada pela mudança de estilo de vida e alimentação das últimas décadas. Mas, assim como os casos avançam, os tratamentos também estão evoluindo. Se há alguns anos existiam tipos intratáveis da doença, hoje, o câncer caminha para se tornar uma condição crônica.

O oncologista João Nunes, da Oncoclínicas Brasília, conta que um dos principais avanços na área é a imunoterapia, uma técnica que recruta o próprio sistema imunológico do paciente, estimulando o corpo a combater o tumor sozinho.

“Com o uso de medicações que tornam o tumor visível ao sistema imunológico, tem sido cada vez mais comum respostas excepcionais no tratamento de cânceres que, em um ado muito recente, traziam um desafio enorme ao paciente e equipe médica pelas poucas perspectivas de tratamento”, destaca Nunes.

O médico lembra de outros tratamentos que estão avançando, como o uso de drogas combinadas a anticorpos. Nesse tipo de tratamento, o remédio é transportado pelos anticorpos e liberado dentro da célula tumoral.

Há também a terapia com células CART-T, que já chegou ao Brasil — a ideia é que seja criado um medicamento personalizado, desenvolvido a partir das células de defesa do paciente, que são reinseridas no corpo para combater cânceres hematológicos. Na maioria das vezes, uma única dose do tratamento é suficiente para controle e cura da doença.

Outro grande avanço é o desenvolvimento de técnicas que associam moléculas ativas a traçadores radiológicos, utilizados em medicina nuclear, com o uso de substâncias utilizadas tanto para a detecção e classificação mais precisa de tumores, como para o tratamento.

O oncologista destaca ainda que mais uma opção com alta probabilidade de sucesso é a patologia digital, que une inteligência artificial, big data e conhecimento médico altamente especializado para gerar análises ainda mais precisas para um diagnóstico assertivo.

“A transformação digital e implementação de ferramentas de inteligência computacional vêm se mostrando altamente efetivas na redução do tempo de detecção de casos e indicação de melhores linhas de cuidado a serem adotadas para cada paciente”, finaliza o médico da Oncoclínicas Brasília.

Análise genômica

Um dos principais fatores para o sucesso no tratamento do câncer nos últimos anos foi a personalização das terapias. A análise genética se tornou uma parte fundamental da medicina, com a oncologia se beneficiando particularmente da precisão diagnóstica e eficácia do tratamento que ela proporciona.

Ao analisar o perfil molecular do tumor, os médicos podem escolher medicamentos que sejam mais eficientes e menos tóxicos para cada paciente individualmente, graças ao mergulho profundo no arranjo genético dos tumores.

Os exames genéticos podem ser usados em vários tipos de câncer, como de mama, endométrio, próstata e gastrointestinais.

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