Cientistas descobrem membrana do cérebro ligada à defesa neurológica
A SLYM é uma membrana associada à proteção de doenças como o Alzheimer, esclerose múltipla e infecções do sistema nervoso central
atualizado
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Um grupo de cientistas de universidades dos Estados Unidos e da Dinamarca afirma ter descoberto uma nova estrutura no cérebro desconhecida até o momento. A membrana subaracnoide linfática (SLYM, na sigla em inglês) é uma quarta camada meníngea do cérebro, possivelmente associada à proteção contra doenças neurológicas como o Alzheimer e a esclerose múltipla.
Até então, acreditava-se que o sistema nervoso central fosse revestido por três camadas de meninges – a dura-máter, aracnóide e pia-máter. O novo estudo, publicado na revista Science na quinta-feira (5/1), mostra a existência de uma quarta camada meníngea.
Proteção do cérebro
A SLYM é uma estrutura fina e delicada, com apenas algumas células de espessura, situada abaixo da camada aracnoide. Ela forma uma barreira rígida que ajuda a controlar o fluxo de líquido cefalorraquidiano (LCR) dentro e ao redor do cérebro e a separar o LCR “limpo” do “sujo”.
Esta função sugere um provável papel desempenhado pela SLYM no sistema glinfático, que requer um fluxo controlado e troca de LCR enquanto retira as proteínas tóxicas — associadas ao Alzheimer e outras doenças neurológicas do sistema nervoso central — do cérebro.
“A descoberta dessa estrutura nos fornece uma apreciação muito maior do papel sofisticado que o LCR desempenha não apenas no transporte e remoção de resíduos do cérebro, mas também no e de suas defesas imunológicas”, explica um dos autores do estudo, Maiken Nedergaard, codiretor do Centro de Neuromedicina Translacional das universidades de Rochester e de Copenhague.
A SLYM também desempenha um papel importante nas defesas do cérebro, uma vez que o sistema nervoso central mantém sua própria população nativa de células imunológicas. A integridade da membrana impede a entrada de células imunológicas externas.
O estudo mostrou que maiores concentrações de células imunes se reúnem na membrana durante a inflamação e no envelhecimento. Quando a SLYM é rompida após uma lesão cerebral traumática, a interrupção do fluxo de LCR prejudica o sistema glinfático e permite que células imunes do sistema nervoso não central entrem no cérebro.
Isso sugere que doenças como a esclerose múltipla, infecções do sistema nervoso central e o Alzheimer podem ser desencadeadas ou agravadas por anormalidades na função da SLYM.
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