Carnaval: excesso de cafeína e energéticos pode causar fadiga extrema
O café e o energético fazem parte da rotina dos foliões, que não querem perder nenhum dia de Carnaval. Especialistas alertam sobre riscos
atualizado
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Durante o Carnaval, é normal que os foliões recorram às bebidas energéticas e ricas em cafeína para acompanhar a maratona de bloquinhos. Mas médicos alertam que a combinação com álcool pode se tornar perigosa ao organismo, aumentando o risco de problemas no sistema cardiovascular e de fadiga extrema nos dias seguintes ao fim das festividades.
Isso ocorre porque os estímulos artificiais gerados pelos energéticos resultam na privação de sono e sobrecarga do organismo. Quando a energia acaba, o corpo entra em estado de cansaço profundo. Além disso, sintomas como ansiedade, insônia e palpitações também podem aparecer.
Perigos da mistura entre álcool e energéticos
Muito presente em festas como o Carnaval, o álcool é considerado uma droga depressora. Inicialmente causa euforia e, logo depois, deprime o sistema nervoso, causando relaxamento e redução da pressão.
A cardiologista Julia Tormin, do Grupo MedCof, explica que as bebidas alcoólicas têm um efeito de desidratação muito intenso no organismo. “O folião está pulando na rua, faz calor, e o álcool vai desidratar e levar a um dos principais problemas que a gente vê no Carnaval: os desmaios relacionados ao calor”, afirma.
Além disso, ele também é uma substância tóxica para o coração, podendo desencadear arritmias, em um fenômeno conhecido como Holiday Heart, que ocorre quando há consumo elevado de álcool de uma vez, aponta Julia.
Enquanto isso, o papel das bebidas energéticas é mascarar a embriaguez com estimulantes, fazendo a pessoa se sentir mais alerta do que realmente está e beber ainda mais. Ou seja, a mistura entre álcool e os energéticos pode elevar os riscos de intoxicação, desidratação, arritmias cardíacas e até mesmo colapsos cardiovasculares.
Como a cafeína age no organismo?
A cafeína bloqueia a adenosina, um neurotransmissor responsável pelo relaxamento e indução do sono, gerando a sensação momentânea de alerta. No entanto, quando o efeito a, há um acúmulo de adenosina no organismo, resultando em um cansaço ainda maior, conhecido como efeito rebote.
“Além disso, a cafeína tem ação diurética, o que pode intensificar a desidratação, especialmente em um ambiente de calor, dança e consumo frequente de álcool. A perda de líquidos e eletrólitos prejudica o equilíbrio hídrico do corpo, afetando o desempenho físico e a recuperação”, alerta o nutricionista clínico e esportivo Dereck Oak, que atua em São Paulo.
Outro ponto crítico é a sobrecarga do sistema nervoso. Ao estimular a liberação de adrenalina, a cafeína mantém o corpo em estado de alerta constante, aumentando o gasto energético e podendo levar ao esgotamento quando seu efeito cessa.
Como se proteger da fadiga extrema
Para quem não quer abrir mão da festa, mas também deseja evitar o cansaço acumulado, alguns cuidados são essenciais para não sobrecarregar. Entre as principais dicas estão:
- Hidrate-se bem: beba água regularmente para evitar a sobrecarga cardíaca causada pela desidratação. É recomendado beber, no mínimo, 30 ml de água por quilo de peso ao dia.
- Intercale bebidas alcoólicas com água: isso reduz o impacto do álcool no organismo e no coração.
- Faça pausas entre os blocos: descansar entre uma festa e outra ajuda a evitar o estresse cardiovascular.
- Alimente-se corretamente: prefira alimentos leves e ricos em potássio, como banana e água de coco, que ajudam na regulação da pressão arterial.
- Preste atenção aos sinais do corpo: se sentir palpitações, tontura ou dor no peito, pare imediatamente e busque ajuda médica.
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