ViaMobilidade demite 6 agentes que mataram jovem em estação de trem
Seis seguranças foram demitidos após agredirem o jovem Jadson Pires até a morte na estação de trem de Carapicuíba, em SP. Um deles foi preso
atualizado
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São Paulo — A concessionária ViaMobilidade demitiu os seis agentes de segurança envolvidos na morte de Jadson Pires dentro da estação de trem de Carapicuíba, da Linha 8-Diamante, na região metropolitana de São Paulo. Segundo o comunicado, a empresa aguardava a liberação do laudo pericial do Instituto Médico Legal (IML), ocorrida nessa quarta-feira (4/12), para concluir a sindicância interna do caso e realizar o desligamento dos agentes. Um dos seguranças foi preso nessa quarta.
Imagens de câmeras de segurança da estação flagraram o momento em que os agentes imobilizam e agridem Jadson no local em 11 de novembro (veja vídeo abaixo). A vítima fica inconsciente e morre pouco tempo depois. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Segundo a ViaMobilidade, os seguranças já estavam afastados de suas atividades desde o dia da ocorrência. “A investigação interna concluiu que a atuação dos profissionais descumpriu o código de conduta, os protocolos de atendimento e treinamentos recebidos da companhia”, diz a nota da concessionária.
Nessa quarta, a empresa disse que deu início a um processo de reciclagem de 100% do seu quadro de agentes, e anunciou que reforçará a capacitação voltada ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade ou sob o efeito de substâncias entorpecentes. A concessionária também diz ter aumentado o rigor das medidas disciplinares e instaurado a obrigatoriedade de justificativa formal sempre que houver a necessidade de uso da força no exercício das atividades.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o agente de segurança de 37 anos preso nessa quarta foi detido temporariamente pelo crime. Outros três suspeitos prestaram depoimento e continuam sendo investigados.
“O laudo do IML foi encaminhado à autoridade policial e anexado ao inquérito. Diligências seguem em andamento pelo 1° Departamento de Polícia de Carapicuíba para o esclarecimento dos fatos”, afirmou a SSP.
A ViaMobilidade reforça que repudia qualquer forma de violência, e “expressa mais uma vez suas sinceras condolências à família de Jadson, com quem está em contato e ofereceu assistência em diversas ocasiões desde que ele foi identificado”.
Relembre o caso
O caso aconteceu na Linha 8-Diamante no dia 11 de novembro. Imagens de câmeras de segurança mostram que os funcionários imobilizaram a vítima até que ela ficasse inconsciente. Identificado como Jadson Pires, o jovem morreu em minutos.
Por meio da assessoria de imprensa, a ViaMobilidade garantiu que todas as imagens disponíveis foram cedidas à polícia e que se colocou à disposição para prestar apoio à família da vítima.
“A companhia informa que repudia qualquer forma de violência e que o comportamento dos profissionais que atuaram na contenção de Jadson Pires não corresponde aos seus valores, treinamento e padrão dos seus procedimentos de segurança e atendimento”, alegou a concessionária.
Assista:
Asfixia após agressão
Segundo o boletim de ocorrência, obtido pelo Metrópoles, um dos agentes, identificado como Marcos Paulo, disse que o jovem chegou à estação “transtornado, falando coisas desconexas e forçando a entrada na estação” e foi imobilizado “para evitar que ageiros fossem atingidos”.
“No momento, ele [Jadson Pires] começou a convulsionar e perdeu a consciência. O Samu foi acionado e procedimento de parada cardiorrespiratória iniciado”, alegou. Sobre a imobilização, a equipe de segurança disse que segurou o homem apenas pelos braços e no chão, mas “nada excessivo, somente o necessário”.
A perícia constatou que as costelas de Jadson foram quebradas, assim como lesões no rosto, tórax, ombros, mãos e pernas. O IML concluiu que Jadson morreu por asfixia mecânica e politraumatismo em decorrência de esganadura.
