Plano de Nunes prevê pré-escola em tempo integral e GCMs na periferia

São Paulo — O plano de governo que está sendo preparado pela equipe do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para a campanha pela reeleição à Prefeitura da capital prevê a ampliação do período integral adotado nas creches para a pré-escola (4 a 5 anos) e a descentralização da Guarda Civil Metropolitana (GCM), para reforçar a segurança em bairros da periferia da cidade.

Segundo o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), coordenador do plano de governo de Nunes, essas foram algumas das principais demandas que surgiram ao longo das últimas semanas, durante um processo de coleta de informações com munícipes que ouviu cerca de 7 mil pessoas e resultou na apresentação de 7.328 propostas.

O material, agora, será analisado por uma equipe de especialistas indicada pelos aliados da campanha de Nunes em grupos temáticos, para a elaboração da versão final do plano que deve ser apresentado à Justiça Eleitoral como parte dos requisitos para registro das candidaturas.

As propostas serão acrescentadas a marcas que a gestão Nunes apresentou ao longo dos últimos meses, como o Domingão Tarifa Zero, que dá agem gratuita nos ônibus aos domingos, e a Faixa Azul, pista exclusiva para motociclistas, criada para reduzir mortes no trânsito.

“Essa forma que estamos fazendo retrata o que é o Ricardo Nunes. Uso a frase que ele falou: “O maior especialista é o público”, diz Garcia. Segundo ele, a análise dos grupos temáticos para concluir o plano de governo do prefeito será feita em julho.

Na educação, o ex-governador afirma que após a gestão Nunes zerar a fila da creche, a principal demanda da população é por “período integral na pré-escola”. Garcia deixou o PSDB após não conseguir se reeleger em 2022 e deve ir para o União Brasil, partido que integra o arco de alianças do prefeito.

“O depoimento da mãe é ela dizendo que deixa o filho na creche e consegue pegar a tarde mas, quando a criança faz quatro anos, ela tem dificuldade em lidar com isso. Em regra, é meio período. Tem uma ou outra Emei em período integral. A discussão agora é que, nos próximos anos, a Emei, 4 e 5 anos, seja integral como as creches”, afirma.

Segundo Garcia, na saúde, as pessoas “reconhecem a ampliação dos equipamentos”, como hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), mas cobram mais médicos para atendê-los. “Pequenas cirurgias, a gente precisa dar mais vazão. Essa coisa de material humano, mesmo. Equipamento, não que não precise, mas não aparece como demanda. Eles querem mais médicos, mais cirurgiões”.

Apontada por diferentes pesquisas com a maior preocupação do paulistano, a segurança deve pautar os embates na campanha. Os principais adversários de Nunes no momento — Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB) e Datena (PSDB) — têm explorado ondas de assaltos que ocupam diariamente o noticiário para criticar o prefeito, embora as duas polícias — Civil e Militar — sejam controladas pelo governo do estado.

Segundo Garcia, as pessoas ouvidas “têm clareza da responsabilidade do governador [Tarcísio de Freitas], que comanda a Polícia Militar”, mas querem a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que é da istração municipal, “mais perto da PM e das subprefeituras”. Nas palavras dele, “a GCM na periferia”.