Grupo armado da Corregedoria procurou homem jogado de ponte, diz SSP
Grupo armado da Corregedoria procurou homem jogado de ponte, durante a madrugada, em Americanópolis, na zona sul de SP, segundo a SSP
atualizado
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São Paulo – O grupo armado que aparece em vídeo, durante a madrugada de quarta-feira (4/12), na rua onde vivia o entregador Marcelo Barbosa Amaral, 25 anos, é formado por policiais da Corregedoria da Polícia Militar (PM), segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). O rapaz foi jogado de uma ponte por um soldado da corporação no início da semana e deixou a cidade de São Paulo por medo de represálias.
O Metrópoles teve o às imagens que mostram os homens armados circulando e abordando pessoas na Rua Comendador Artur Capodaglio, em Americanópolis, na zona sul paulistana, onde vivia o entregador.
Os registros foram feitos entre 0h39 e 1h23, o que levou moradores do local a ficarem temerosos de que poderia se tratar de uma retaliação contra Marcelo, que foi jogado de uma ponte sobre o Córrego do Cordeiro, na Cidade Ademar, pelo soldado da PM Luan Felipe Alves Pereira, que está preso.
Procurada novamente nessa quinta-feira (5/12), a SSP se manifestou. “Os policiais que aparecem no vídeo veiculado pela reportagem atuam na Corregedoria da Corporação e estão à frente das investigações da ocorrência da última segunda-feira (2), na Cidade Ademar”, diz, em nota.
A reportagem questionou se esse tipo de abordagem realizada durante a madrugada, em busca de vítimas ou testemunhas, é embasada em protocolos da corporação. Também perguntou de que maneira as pessoas podem ter certeza de que se trata de policiais em missão oficial, bem como de que forma a SSP pretende tranquilizar a população de Americanópolis, diante do fato de que homens armados circulam pelo bairro durante a madrugada.
Segundo a SSP, os agentes da Corregedoria atuam de maneira descaracterizada e realizam os “devidos procedimentos legais para sua identificação durante os trabalhos em campo”, sem explicar exatamente quais são. “A prerrogativa dos policiais é ir ao local dos fatos para levantar todas as informações necessárias à investigação”, afirma.
O bairro de Americanópolis fica próximo do local onde o rapaz foi jogado da ponte pelo PM, na vizinha Cidade Ademar. É formado por ruas estreitas, sobrados simples, parede à parede, e repleto de ladeiras.
Segundo parentes e amigos, Marcelo não vive mais na rua há alguns anos. O rapaz ou por vários lugares, sempre buscando aluguéis mais baratos, e mora atualmente em uma outra casa. O entregador teria deixado a cidade na terça-feira (3/12) e ido para o interior por causa da repercussão do caso, segundo pessoas próximas.