Caso Vitória: laudo aponta 3º material biológico no carro de suspeito
O terceiro material biológico encontrado no veículo é masculino e não foi identificado, segundo o relatório final do Caso Vitória
atualizado
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São Paulo — Um terceiro material biológico, além do da vítima, Vitória Regina de Souza, de 17 anos, e do principal suspeito, Maicol Antônio Santos, de 23 anos, foi encontrado no veículo de Maicol. A informação consta no relatório final da Polícia Civil, assinado pelo delegado Fabio Lopes Cenachi.
De acordo com o documento, ao qual o Metrópoles teve o, o terceiro perfil biológico foi localizado na parte posterior do banco dianteiro direito do carro, um Toyota Corolla.
O material é masculino e ainda não foi identificado. “Sendo certo que pertenceria a um indivíduo qualquer, sem vinculação genética a Maicol e Vitória”, diz trecho do relatório.
No veículo, foi encontrado o material genético da vítima e do suspeito nos encostos dos bancos frontais, na porção posterior, e no porta-malas. O laudo, anexo ao relatório, aponta a possibilidade de que o terceiro perfil biológico seja uma mistura do material genético de Maicol e de Vitória.
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (29/4), o promotor Jandir Moura Torres informou que o Ministério Público de São Paulo (MPSP) requereu a instauração de um novo inquérito policial para apurar a possibilidade de participação de mais alguém no crime de ocultação de cadáver. Segundo o promotor, alguns elementos produzidos no curso da investigação apontam que, em relação apenas a esse crime, o Maicol pode ter tido a participação de terceiras pessoas que ainda não foram identificadas. Não há suspeitos, afirmou Torres.
O delegado Fabio Cenachi explicou que um novo inquérito será instaurado porque havia apenas uma pequena porção do material genético masculino, que foi encontrado na placa lateral do banco traseiro. “Naquela pequena porção, por si só, não é possível que você associe a participação de um terceiro indivíduo na ocultação do cadáver. Ela é factível pela presença do material”, falou.
Como o caso está sob sigilo de Justiça, o promotor Jandir Moura Torres não deu detalhes sobre as questões fáticas que indicam a possibilidade de um terceiro em relação à ocultação do cadáver. “Há elementos que apontam que nesse segundo crime, as condições devem ser melhor apuradas porque, é possível que ele tenha tido a participação de mais uma pessoa para ocultar o cadáver”, disse.
A morte de Vitória
- Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi encontrada assassinada na tarde do dia 5 de março, em uma área rural de Cajamar, na Grande São Paulo. Ela estava desaparecida desde o dia 26 de fevereiro, quando voltava do trabalho.
- Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que o corpo estava em avançado estado de decomposição. A família reconheceu o corpo por conta das tatuagens no braço e na perna e um piercing no umbigo.
- Imagens de câmeras de segurança mostram a jovem chegando a um ponto de ônibus no dia 26 de fevereiro e, posteriormente, entrando no transporte público. Antes de entrar no coletivo, a adolescente enviou áudios para uma amiga nos quais relatou a abordagem de homens suspeitos em um carro, enquanto ela estava no ponto de ônibus.
- Nos prints da conversa, a adolescente afirma que outros dois homens estavam no mesmo ponto de ônibus e que lhe causavam medo. Em seguida, ela entra no ônibus e diz que os dois subiram junto com ela no transporte público — e um deles sentou atrás dela.
- Por fim, Vitória desce do transporte público e caminha em direção a sua casa, em uma área rural de Cajamar. No caminho, ela enviou um último áudio para a amiga, dizendo que os dois não haviam descido junto com ela. “Tá de boaça”. Foi o último sinal de Vitória com vida.
Único preso
Maicol está preso desde o dia 8 de março por homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver, após confessar a autoria do homicídio. As investigações prosseguem na Delegacia de Cajamar para a conclusão do inquérito policial.
Laudos periciais constataram a presença do sangue de Vitória na casa do suspeito. Também foram encontradas amostras de DNA da vítima no carro dele. Vídeo obtido pelo Metrópoles mostra um trecho do depoimento. Veja:
Ainda de acordo com o documento, ela sofreu lesões fatais e morreu por hemorragia interna e externa.
Reconstituição da morte
A reconstituição da morte de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, foi realizada nessa quinta-feira (24/4), em Cajamar, na Grande São Paulo. A nova data, definida pela Polícia Civil, foi marcada após a anterior, que seria no dia 10 de abril, ter sido adiada por “razões técnicas”.
Maicol Antônio Santos, de 23 anos, que está preso e é o único indiciado pelo crime até o momento, não irá participar da reconstituição, por causa de uma proibição da Justiça à presença dele na diligência.
A informação sobre a reconstituição foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública. Segundo a pasta, os laudos da investigação ficaram prontos no dia 17 de abril e foram encaminhados às autoridades que atuam no caso.