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Quando não sabemos nos expressar, viramos reféns das intenções alheias

Tomamos palavras de outros e replicamos sem compreender seus significados, nem as repercussões que podem gerar

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Nos primórdios da sua psicologia, Jung usava uma metodologia particular para tentar compreender conteúdos inconscientes de seus pacientes. Ele dizia uma palavra e pedia para a pessoa responder com a primeira coisa que viesse à mente.

Em paralelo, media o tempo das pausas e observava as mudanças fisiológicas provocadas por alguns termos: rubor na face, alterações na voz, no ritmo cardíaco… Tudo era sinal para mostrar o envolvimento afetivo do paciente com o tema em questão.

Jung acabou superando o método de associação de palavras ao se deparar com outros caminhos de o ao inconsciente – como a observação dos sonhos e sintomas de seus clientes. Estes ofereciam material mais farto para o aprofundamento analítico.

Isso, no entanto, não desqualifica o valor prático daquele conhecimento. Basta ver como certas palavras soam como chaves que abrem imediatamente compartimentos secretos na alma. Quanto mais se aproximam de uma verdade a qual se busca ocultar, maior a afetação provocada. E, obviamente, mais reações geram.

Gritos de guerra, hinos, lemas, bordões e jingles costumam ser compostos por quem tem esse conhecimento. Eles são molhos de chaves que am o profundo, o inconfesso, o terrível. E, quanto mais inconscientes formos, mais prontamente atenderemos ao chamado.

A ofensa exemplifica bem isso. As reações emocionais tendem a ser proporcionais à aderência gerada em algum pedaço de nós – especialmente na “banda podre”, na face que buscamos negar. Caso contrário, o posicionamento tende a ser bem menos ional e visa à dissolução do apontado – e não ao convencimento do contrário.

Por experimentar de forma negativa a força das palavras, quem tem dificuldades de enfrentar a própria sombra teme tanto o diálogo. Pois saberá que, cedo ou tarde, acabará caindo em contradição, ou perderá a suposta sobriedade, ou acabará diante daquilo que mais tenta evitar: o fantasma da fragilidade, o qual tenta dissimular a qualquer custo.

Para estes, o silêncio não é o de ouro, dos sábios. É resultado da surdez da ignorância.

Palavras-chave servem também para nomear nossas necessidades e crenças, aquilo que nos povoa, mas que nem sempre temos repertório para definir. Daí vem alguém e diz. Agora temos uma verdade, uma convicção, algo seguro para acreditar e repetir. Por isso, os líderes e gurus não saem de moda, seja lá o que defendam e com quais propósitos.

Esse tal repertório é a questão central dessa história. Nossa educação é muito rasa, superficial. Não só a educação formal, e sim de forma múltipla. Por exemplo: um dos grandes desafios na clínica, para a maioria das pessoas que buscam análise, é aprender a distinguir e nominar as emoções. Não aprendemos isso na escola, nem em família, nem em sociedade.

E nem sempre estamos dispostos a aprender. Porque pensar dá trabalho, e alguém pode fazer isso por nós. E assim tomamos palavras de outros e replicamos sem compreender exatamente seus significados, nem as repercussões que podem gerar. É o berço do equívoco.

Tendo as palavras esse poder de nos transportar a lugares tão desconhecidos de nós, precisamos aprender a explorá-las. Ler, debater, conhecer seus significados. Absorver o chamado representado por cada uma delas, para que, com elas, saibamos representar também nossos significados mais íntimos.

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