Quando me deparo com o amargor busco a doçura por todos os cantos
a porção mais doce que procuro reside aqui, nos recantos mais profundos do meu ser
atualizado
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Quando me deparo com o amargor que povoa pensamentos, julgamentos, atos e emoções, dentro ou fora de mim, busco o recurso da doçura por todos os cantos: em músicas, amigos, carinhos, comidas.
Assim, perco de vista que a porção mais doce que procuro reside aqui, nos recantos mais profundos do meu ser, na porção mais elevada de minha alma, onde reside a virtude maravilhosa da indulgência: In – Dulce – em si, a doçura dentro de mim.
Um doce que brota nas terras férteis da aceitação, num olhar generoso diante de nós mesmos, num respeito profundo pelos nossos processos, ritmo e escolhas do ‘até então’. Para além dos próprios limites, expande-se em olhar comivo sob lentes doces de compreensão e paz diante dos mesmos processos, ritmos e escolhas dos outros.
Com essas lentes, ao nos deparar com os meus-seus-e-nossos muros de impossibilidades e insuficiências, amos a ter aquele mesmo olhar de paciência e confiança que uma mãe deposita sobre a pequena criança que aprende a caminhar. Ela sabe que, a despeito das quedas e tropeços, é certeiro o momento em que um pé antecederá o outro rumo à longa caminhada da vida.
É assim que merecemos sentir-nos sobre nós mesmos, com essa calma, essa confiança, e essa certeza da evolução inevitável. Deixar para trás um ado imerso em existências pautadas por experiências de reprovação, crítica, aridez, culpa e dor.No dia a dia, nas pequenas coisas, trazer o tempero leve do riso, do bom humor, da esperança – aquela que espera e respeita o tempo de maturação de dentro.
Não o tempo da rigidez, da ansiedade, das providências práticas. Mas o tempo vivido e glorificado rumo ao bem, que caminha de mansinho – mas firme – rumo ao alvo: acender dentro de nós a chama do amor. Não num amanhã intocável e distante, mas na escolha, momento a momento, de viver a boa nova no bem que se doa.
Viver nesse tempo que é o talismã do Cristo, que traduz em poucas palavras o poder do agora, no momento presente, em breve trecho do livro Jesus no Lar, no texto “O talismã divino”:
Esse bendito talismã é propriedade comum a todos. É “a hora que estamos atravessando”. Cada minuto de nossa alma permanece revestido de prodigioso poder oculto, quando sabemos usá-lo no Infinito Bem, porque toda grandeza e toda decadência, toda vitória e toda ruína são iniciadas com a colaboração do dia. O tempo é o divino talismã que devemos aproveitar.
Aproveite-mo-lo, portanto, com imensas doses de doçura e muita leveza! E, assim, evoluir leve, evoluir doce.