Powell diz que é prematuro pensar em cortes de juros nos EUA
Presidente do Fed afirmou que mercado de trabalho segue forte e a inflação tem de cair para que as taxas sejam reduzidas
atualizado
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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, esfriou o ânimo dos investidores que torcem pela queda da taxa de juros nos Estados Unidos. Nesta sexta-feira (1º/12), em discurso no Spelman College, faculdade com grande presença de mulheres negras, Powell afirmou que é prematuro falar tanto em cortes como no fim do ciclo de alta de juros no país.
As taxas americanas têm grande peso no mercado global. Mantidas elevadas, por exemplo, elas atraem investimentos para os títulos do Tesouro da dívida americana, os Treasuries. Com isso, aplicações de maior risco, como as ações em Bolsa, perdem atratividade, especialmente em países emergentes como o Brasil.
Powell afirmou que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), órgão do Fed, está comprometido com uma política monetária restritiva, ou seja, contida pelo cabresto dos juros elevados. “Isso até que estejamos confiantes que a inflação está no caminho certo para atingir a meta (de 2% ao ano)”, afirmou. “Seria prematuro concluir com confiança que alcançamos uma postura suficientemente restritiva ou especular sobre quando a política poderia ser flexibilizada.”
O presidente do Fed observou que o “mercado de trabalho ainda está muito forte” e a inflação precisa cair. Ele acrescentou que as decisões sobre os juros estão sendo tomadas “reunião a reunião”, levando-se em conta os dados disponíveis até o período dos encontros do Fomc, que funciona como o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC) do Brasil. As próximas reuniões tanto do Fed como do Copom ocorrerão nos dias 12 e 13 de dezembro. A taxa de juros nos EUA está fixada no intervalo de 5,25% a 5,5%.