Petrobras perde R$ 46 bilhões em valor de mercado com tarifas de Trump
Ações da estatal sofrem com a queda do preço do petróleo, diante de previsão de desaquecimento da economia global e até de recessão nos EUA
atualizado
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A Petrobras perdeu R$ 46 bilhões em valor de mercado em três pregões da Bolsa brasileira (B3). O baque ocorreu desde que as novas tarifas sobre produtos importados foram anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no fim da tarde de quarta-feira (2/4). O número foi calculado pela consultoria Elos Ayta.
O forte recuo das ações da empresa é resultado da queda do preço do petróleo no mercado global. E essa baixa, por sua vez, está associada ao anúncio das tarifas.
Isso porque as sobretaxas de Trump tendem a provocar um desaquecimento da economia mundial e até uma eventual recessão nos EUA. Com isso, os mercados apostam numa baixa das vendas do óleo em todo o mundo.
Pregão ruim
No pregão desta segunda-feira (7/4) do Ibovespa, o principal índice da B3, as ações ordinárias da Petrobras (Petra3), que dão direito a voto nas assembleias da companhia, caíram 5,57%. Os papéis preferenciais (Petra4) recuaram 3,96%.
Na manhã desta segunda-feira, o petróleo do tipo Brent, a referência global da commodity, caiu 3,5% para US$ 63,30. No fim da tarde, a queda era de 1,72%. O barril West Texas Intermediate (WTI), indicador usado no mercado dos EUA, também caía 3,5% pela manhã a US$ 59,84. No fim do dia, o recuo ficou em 1,61%.
Outras baixas
De acordo com o levantamento da Elos Ayta, a lista das maiores quedas registradas na Bolsa desde o anúncio das tarifas recíprocas do presidente dos EUA, é encabeçada pela Weg, que perdeu R$ 47,8 bilhões. Em segundo lugar, ficou a Petrobras, com R$ 46 bilhões.
O terceiro posto é ocupado por outra companhia do ramo de commodities, a Suzano, de papel e celulose, com baixa de R$ 13,5 bilhões. No quarto posto, vem a PetroRio, que também está no setor de petróleo, com R$ 7,2 bilhões. A Vale, no sexto posto, perdeu R$ 6,8 bilhões.
O valor de mercado de uma empresa é definido com base no preço da ação na data do cálculo, multiplicado pela quantidade de papéis que a companhia tem em circulação no mesmo dia.