Magazine Luiza identifica lançamentos indevidos e revisa balanços

Por meio de um comunicado ao mercado divulgado na noite de segunda-feira (13/11), o Magazine Luiza informou que identificou lançamentos indevidos de bonificações em exercícios anteriores. A investigação foi iniciada depois de uma denúncia anônima apresentada em março deste ano.

Segundo o gigante do varejo, o episódio levou a uma revisão das demonstrações financeiras referentes a 2022 e aos dois primeiros trimestres de 2023.

De acordo com o Magalu, considerando todos os ajustes, o impacto total sobre o patrimônio líquido foi de R$ 322 milhões, o que corresponde a 1% dos ativos.

Segundo a nota do Magazine Luiza, o Conselho de istração da empresa determinou “que sejam implantadas imediatamente” medidas de controle interno, como a revisão das matrizes de risco e o aprimoramento do plano sobre processos de negociação comercial.

Denúncia anônima

A denúncia feita em março apontou que o Magalu estaria contabilizando parte das bonificações com fornecedores – condicionadas ao desempenho das vendas ao consumidor – antes da conclusão das campanhas de vendas.

De acordo com o diretor financeiro do Magalu, Roberto Bellissimo, uma auditoria realizada pela PwC indiciou que “houve boa fé dos es” nos erros de lançamentos de bonificações.

Segundo o Magalu, R$ 829,5 milhões foram excluídos da linha de patrimônio e só devem ser novamente reconhecidos caso os requisitos das campanhas sejam cumpridos.

Bellissimo diz ainda que houve “reconhecimento antecipado” de parte dos créditos, o que levou à reapresentação dos resultados financeiros do ano ado e do primeiro e segundo trimestres deste ano. Não houve alteração do fluxo de caixa operacional de resultados anteriores.

Depois da conclusão da auditoria, diz o executivo, todos os fornecedores devem migrar para um “sistema automatizado” que aglutina dados dos acordos de bonificação e do desempenho de vendas.

Balanço do 3º trimestre

Também na noite de segunda-feira, o Magazine Luiza divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2023. A varejista registrou um lucro líquido de R$ 331,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 190,9 milhões do mesmo período do ano ado.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 487,5 milhões, um recuo de 0,7%, na comparação anual.

“Com base nos precedentes judiciais e na opinião dos nossos assessores legais, o Magalu reconheceu neste trimestre créditos tributários, referentes a períodos anteriores a 2022, no total de R$ 688,7 milhões, sendo R$ 533,1 milhões de principal e R$ 155,6 milhões de atualização monetária”, informou o Magalu.