Dólar recua de olho em Trump, emprego nos EUA e indústria no Brasil
Na véspera, dólar encerrou o dia em forte alta de 1,06%, cotado a R$ 5,85. Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,41%, aos 124,5 mil pontos
atualizado
Compartilhar notícia

O dólar operava em queda nesta terça-feira (11/3), com as atenções dos investidores divididas entre a agenda econômica no Brasil e nos Estados Unidos.
O que aconteceu
- Às 12h04, o dólar caía 0,27%, cotado a R$ 5,836.
- Mais cedo, às 10h55, a moeda norte-americana recuava 0,39% e era negociada a R$ 5,829.
- Na máxima do dia até aqui, o dólar bateu R$ 5,848. A cotação mínima é de R$ 5,822.
- Na véspera, o dólar encerrou o dia em forte alta de 1,06%, cotado a R$ 5,85.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 1,09% frente ao real neste mês e de 5,31% no ano.
Recessão nos EUA?
Os investidores continuam repercutindo dados e informações sobre a economia dos EUA.
No dia anterior, o mercado reagiu com preocupação a declarações do presidente dos EUA, Donald Trump.
Em entrevista exibida no último domingo (9/3) pela Fox News, Trump adotou um tom cauteloso ao falar sobre a possibilidade de recessão nos país, mas não descartou a hipótese.
“Eu odeio prever coisas assim. Há um período de transição, porque o que estamos fazendo [em relação às tarifas comerciais] é muito grande. Estamos trazendo riqueza de volta para a América. Isso é uma grande coisa. Leva um pouco de tempo, mas acho que deve ser ótimo para nós”, afirmou Trump.
As declarações derrubaram os principais índices das bolsas de valores norte-americanas e geraram forte temor no mercado global, também afetando a Europa e o Brasil.
“A sessão foi marcada por um forte sentimento de aversão ao risco, com quedas acentuadas nos índices americanos e um movimento de fuga para os títulos do Tesouro, que registraram declínios expressivos em toda a curva de rendimentos. Os juros dos títulos de 10 anos recuaram cerca de 10 pontos-base, evidenciando essa tendência”, explicou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
“Diante da deterioração dos ativos e do sentimento negativo, o mercado esperava alguma sinalização do presidente Trump – que, ao longo do primeiro mandato, demonstrou preocupação com o desempenho da bolsa americana, frequentemente associando o sucesso das políticas de sua istração ao desempenho dos mercados. No entanto, no domingo, Trump evitou colocar panos quentes na situação e afirmou que a economia americana se encontra em um ‘momento de transição’”, completou Shahini.
Empregos
Nesta terça-feira, os investidores também repercutem a divulgação de novos dados de emprego na maior economia do mundo. Desta vez, as atenções se voltam para o relatório “Job Openings and Labor Turnover Survey” (Jolts) referente ao mês de janeiro.
As vagas em aberto aumentaram em 232 mil, para 7,74 milhões, no primeiro mês do ano, de acordo com dados do Departamento do Trabalho do governo norte-americano.
Economistas consultados pela Reuters haviam projetado 7,63 milhões de vagas em aberto.
Os dados de dezembro do ano ado foram revisados para 7,508 milhões de vagas, ante 7,6 milhões reportados inicialmente.
As vagas em aberto são as posições disponíveis dentro das empresas que os empregadores buscam preencher por meio de contratações. Para participar do relatório Jolts, os empregadores recebem um formulário no qual informam o número de vagas em aberto na empresa no último dia útil do mês, além do número de contratações e demissões no período.
Em tese, portanto, o aumento na quantidade de vagas em aberto indica que as empresas pretendem aumentar suas contratações. A diminuição desse número é um sinal de que as companhias devem pisar no freio.
Indústria no Brasil
No cenário doméstico, o mercado repercute os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção industrial no Brasil em janeiro deste ano.
No primeiro mês de 2025, a produção industrial teve variação nula (0%) em relação a dezembro de 2024. Em relação a janeiro do ano ado, houve alta de 1,4%.
O consenso das projeções do mercado indicava que a produção industrial brasileira subiria 0,4% na base mensal e 2,2% na comparação anual em janeiro. O resultado, portanto, veio aquém das expectativas.
Ibovespa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em forte baixa.
Às 12h11, o indicador despencava 0,98%, aos 123,2 mil pontos.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 0,41%, aos 124,5 mil pontos.
Com o resultado, a Bolsa acumula alta de 1,4% em março de 3,52% em 2025.