Após bater R$ 6,30, dólar cai com intervenção recorde do Banco Central
BC ofereceu US$ 5 bilhões na segunda intervenção no mercado de câmbio à vista desta quinta-feira (19/12). A primeira foi de US$ 3 bilhões
atualizado
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O mercado de câmbio vive uma montanha-russa nesta quinta-feira (19/12). Depois de atingir um recorde histórico de R$ 6,30, a cotação do dólar desabou para R$ 6,17, com queda de 1,55%, por volta das 11h30. O recuo ocorreu depois da realização de um novo leilão no mercado à vista de câmbio, promovido pelo Banco Central (BC).
Às 13 horas, a moeda americana chegou a R$ 6,14, em baixa de 1,92%. Nesse caso, na avaliação de analistas, o estresse do câmbio diminuiu também como resultado da entrevista conjunta concedida nesta quinta-feira (19/12) pelo atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e por seu sucessor, Gabriel Galípolo.
Campos Neto, por exemplo, afirmou que o BC “tem muita reserva e vai atuar se for necessário”. Ele disse que está ocorrendo uma “saída atípica” de dólares do país e o Banco Central deve agir no câmbio quando identifica alguma “disfuncionalidade no fluxo”.
Intervenções
Pela manhã, na primeira intervenção, o BC ofereceu US$ 3 bilhões. No entanto, o impacto do despejo de dólares foi pequeno. Em seguida, anunciou-se uma intervenção recorde de US$ 5 bilhões, a maior venda no mercado à vista desde 1999, quando o país adotou o regime de câmbio flutuante. Havia a possibilidade de ocorrência de uma terceira ação desse tipo, com no mínimo US$ 1 bilhão.
A oferta ao mercado de US$ 3 bilhões feita nesta data foi a quinta intervenção do BC no mercado de câmbio à vista em menos de uma semana, num total de aproximadamente US$ 5,7 bilhões – sem contar as outras duas anunciadas para esta quinta-feira (19/12).
Na terça-feira (17/2), ocorreram dois leilões, com a oferta de cerca de US$ 3,3 bilhões. Na segunda feira (16/12), o montante havia sido de US$ 1,623 bilhão e, na última sexta-feira (13/12), ele atingiu US$ 845 milhões.
Como funcionam os leilões
Os leilões de dólar são operações usadas pelo BC para garantir liquidez ao mercado de câmbio em momentos de alta da moeda americana. Os dólares são oferecidos diretamente às instituições financeiras, como bancos e corretoras (num total de 13, no jargão “dealers de câmbio”), que operam no mercado primário. São essas instituições que ream a moeda americana para o mercado secundário.
