Ações da Azul derretem no pré-mercado de NY após recuperação judicial
A Azul, uma das três principais empresas do setor aéreo brasileiro, anunciou mais cedo que entrou com um pedido de recuperação judicial
atualizado
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As ações da Azul negociadas na Bolsa de Valores de Nova York registravam fortes perdas no pré-mercado dos Estados Unidos nesta quarta-feira (28/5).
A companhia, uma das três principais empresas do setor aéreo brasileiro, anunciou mais cedo que entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA.
A Azul recorreu ao “Chapter 11” – mecanismo jurídico nos EUA que permite a reorganização de dívidas de empresas em dificuldades financeiras. O instrumento é semelhante ao da recuperação judicial no Brasil.
Tombo das ações em NY
- Nesta manhã, os ADRs (American Depositary Receipts ou recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) da Azul registravam fortes perdas, em um prenúncio do que pode ocorrer no pregão desta quarta.
- O ADR é um certificado que representa ações de uma empresa. Ele é emitido no exterior e negociado em países diferentes daquele de origem da companhia.
- Por volta das 9 horas (pelo horário de Brasília), os papéis da Azul tombavam 40,08% e eram cotados a US$ 0,2996.
- Na véspera, as ações da Azul fecharam em alta de 2,33%, a US$ 0,50.
Ações no Brasil
Há cerca de 10 dias, as ações da companhia aérea na Bolsa de Valores do Brasil desabaram e lideraram as perdas do Ibovespa, após a empresa anunciar um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,82 bilhão no primeiro trimestre de 2025.
O resultado representou um aumento de cerca de 460% em relação ao prejuízo do primeiro trimestre do ano ado, que foi de R$ 324 milhões. O resultado negativo aumentou em mais de 5 vezes em 1 ano.
Recuperação judicial da Azul
De acordo com comunicado da Azul, o processo iniciado nos EUA “permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira”.
“A Azul pretende usar esse instrumento legal, comprovado e amplamente conhecido, para eliminar aproximadamente US$ 2 bilhões em dívida total financiada, reduzir obrigações de arrendamento e otimizar sua frota, permitindo que a companhia saia do processo com mais flexibilidade e uma estrutura de negócios e de capital mais sustentável”, diz a companhia aérea.
Ainda segundo a Azul, o processo envolve US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões em dívidas, o equivalente a cerca de R$ 11,2 bilhões, além de US$ 950 milhões em possíveis novos aportes de capital no momento de saída da recuperação judicial.
A empresa afirma também, que durante esse período, continuará operando normalmente, mantendo “compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume”.
“Com uma abordagem colaborativa e o apoio dos nossos parceiros, tomamos a decisão estratégica de iniciar uma reestruturação financeira voluntária com um movimento proativo para otimizar a nossa estrutura de capital – que foi sobrecarregada pela pandemia da Covid-19, turbulências macroeconômicas e por problemas na cadeia de suprimentos da aviação”, explicou o CEO da Azul, John Rodgerson.