O que são os símbolos no brasão do papa Leão XIV? O Vaticano explica
Compondo o brasão está o lema do novo papa, “in illo uno unum” (“no único, um só”), que faz referência a Santo Agostinho
atualizado
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A Santa Sé divulgou, nesta quarta-feira (14/5), detalhes sobre os significados dos elementos que compõem o brasão adotado pelo papa Leão XIV. O Vaticano explicou, elemento por elemento, as escolhas de composição, como as paletas de cores, a presença de um lírio de prata e um coração transado por uma flecha, em cima de um livro.
Veja:
Compondo o brasão está o lema do novo papa, “in illo uno unum” (“no único, um só”), que faz referência às palavras que Santo Agostinho pronunciou em um sermão, a Exposição sobre o Salmo 127, para explicar: “Embora nós cristãos sejamos muitos, no único Cristo somos um”. Leão XIV é da ordem Agostiniana.
Sobre o escudo está em prata uma mitra, chapéu alto e cônico, usado por líderes da Igreja, ornamentada com três faixas de ouro unidas por uma haste do mesmo metal, com ínfulas esvoaçantes, forradas de vermelho, com pequenas cruzes e franjas douradas, e ladeado pelas chaves petrinas cruzadas e postas em pala, uma em banda de ouro e a outra em barra de prata, ligadas por um cordão vermelho.
Entenda cada elemento
- Campo azul: cor que evoca as alturas dos céus e se caracteriza por seu valor mariano: um símbolo clássico em referência à Bem-Aventurada Virgem Maria: o lírio (flos florum, flor das flores).
- Campo branco: sobressai o emblema da Ordem Agostiniana, representado por um coração ardente transado por uma flecha.
“Essa figura representa simbolicamente as palavras de Santo Agostinho registradas no livro das Confissões: “Sagitaveras tu cor meum charitate tua” (“Feriste o meu coração com o teu amor”).
“Trata-se de um elemento que, a partir do século XVI, estará sempre presente no emblema dos agostinianos”, explica o padre Antonio Pompili, vice-presidente do Instituto Heráldico Genealógico Italiano.
Escolhas de Leão XIV
Em julho de 2023, em uma entrevista à mídia do Vaticano, Robert Prevost explicou: “Como se depreende do meu lema episcopal, unidade e comunhão fazem parte do carisma da Ordem de Santo Agostinho e também do meu modo de agir e pensar. Considero muito importante promover a comunhão na Igreja e sabemos bem que comunhão, participação e missão são as três palavras-chave do Sínodo. Portanto, como agostiniano, para mim, promover a unidade e a comunhão é fundamental. Santo Agostinho fala muito sobre a unidade na Igreja e a necessidade de vivê-la”.
O papa Leão XIV afirmou que escolheu seu nome para mostrar compromisso com a doutrina social da Igreja. O pontífice se inspirou em Leão XIII, papa que defendeu os trabalhadores na era da Revolução Industrial.
O novo chefe da Igreja Católica também exaltou o legado do antecessor, o papa Francisco, e fez uma visita surpresa ao túmulo do antecessor em Roma.
“Na verdade, são várias as razões. Mas a principal é porque o papa Leão XIII, com a histórica encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande Revolução Industrial. E, hoje, a Igreja oferece a todos a riqueza de sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”, disse o papa.
