Milei diz, sem provas, que USAID financiou fraude eleitoral no Brasil
O presidente da Argentina, Javier Milei, alegou que a USAID teria financiado uma “fraude” nas Eleições de 2022, entre Lula e Bolsonaro
atualizado
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O presidente da Argentina, Javier Milei, alegou, sem provas, que a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) teria financiado uma suposta fraude eleitoral no Brasil.
Em discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (ac), o ultraliberal sugeriu que a USAID teria aplicado “milhões de dólares” para adulterar os resultados das Eleições de 2022, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito com a maioria dos votos. Vale destacar que nunca foi comprovada qualquer fraude no pleito.
“E aqui nos Estados Unidos, é claro, o escândalo da USAID, que alocou milhões de dólares de impostos para financiar desde revistas e canais de televisão até fraudes eleitorais, como no Brasil, ou governos com aspirações discriminatórias, como do sul da África”, declarou Milei durante evento da ac realizado neste sábado (22/2).
Entenda a polêmica com a USAID
- Criada durante a Guerra Fria com o objetivo de aumentar a presença internacional dos EUA e combater o avanço da União Soviética, a USAID é atualmente o maior doador individual de ajuda humanitária ao redor do mundo.
- A agência ou a ser atacada pelo bilionário Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge) de Donald Trump, que acusou a pasta de ser um “ninho de víboras marxistas de esquerda radical”.
- O presidente dos EUA também adotou a retórica de Musk, e disse que a USAID é composta por “radicais loucos de esquerda”. Assim como o dono do X, Trump não apresentou qualquer prova que sustente as acusações.
- Trump afirmou, em 4 de fevereiro, que pretende fechar a agência.
Lula volta a criticar Trump
Mais cedo, o presidente Lula voltou a criticar as movimentações de Trump. O petista afirmou que o republicano “não foi eleito para ser xerife do mundo”, mas sim para governar os Estados Unidos.
Lula citou as recentes mudanças no discurso do governo norte-americano, que, para o petista, já se vendeu para o mundo como “paladino da democracia” e “xerife da paz”, bem como defendeu o mercado livre global.
Segundo o presidente, “hoje, o que ele [Donald Trump] fala é totalmente contrário ao que falava nos anos 1980. A América para os americanos. O Canal do Panamá é dele, o Canadá não é mais um país, é um estado, a Groelândia é dele. O México não tem mais o Golfo, o Golfo agora ou a ser da América”, enumerou o petista.
“Esse cidadão [Trump] não foi eleito para ser xerife do mundo, ele foi eleito para governar os Estados Unidos e ele que governe bem. E quem vai governar o Brasil somos nós. O brasileiro vai governar do jeito que a gente quer”, discursou Lula.