Líder mercenário dos EUA aumenta presença na América Latina
Erik Prince, um dos mais notórios líderes mercenários dos EUA, tem se envolvido com governos da América Latina, como Equador e El Salvador
atualizado
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Com histórico de atuação no Oriente Médio, o líder mercenário dos Estados Unidos Erik Prince agora se aproxima da América Latina. O empresário, fundador da companhia Blackwater, ganhou destaque no continente após fazer diversas ameaças direcionadas ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Quem é Erik Prince
- Erik Prince, 55 anos, é um ex-oficial da Marinha dos EUA. Na década de 1990, ele fundou a empresa de segurança privada Blackwater.
- Por meio da Blackwater, Prince conseguiu firmar diversos contratos com o governo norte-americano para enviar mercenários em missões dos EUA ao redor do mundo.
- Em 2007, a empresa de mercenários e seu fundador ganharam destaque após soldados da Blackwater assem 17 civis no Iraque.
- Prince vendeu a Blackwater em 2010, que foi renomeada para Academi e continua operando junto ao governo norte-americano. O empresário, contudo, manteve sua atuação no mundo de mercenários.
- Em 2014, Prince fundou a Frontier Services Group (FSG), com sede em Hong Kong. Com financiamento parcial de um fundo estatal da China, o principal objetivo da FSG era fornecer apoio de segurança e logística em missões chinesas na África. Em 2021, ele renunciou ao cargo de CEO, mas manteve suas ações.
- Prince chegou a atuar como conselheiro de Trump durante a transição presidencial do primeiro mandato do republicano.
Um dos mais recentes contatos entre Prince e um governo da América Latina aconteceu em agosto de 2024, quando o empresário viajou até El Salvador para se reunir com o presidente do país, Nayib Bukele.
Os detalhes do encontro não foram divulgados. Apenas elogios de Prince à istração de Bukele no país, onde uma polêmica política linha-dura contra o crime organizado foi implementada, se tornaram públicos.
Dias antes, contudo, o líder mercenário dos Estados Unidos havia feito uma série de ameaças contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela, criticado publicamente pelo presidente de El Salvador.
Em meio às críticas sobre a legitimidade das eleições que mantiveram o chavismo no poder da Venezuela, Prince chegou a sugerir um preço a se pagar para que o governo Maduro fosse derrubado.
As ameaças evoluíram para uma ação na Venezuela, divulgada pelo fundador da Blackwater em setembro de 2024. Nomeada Ya Casi Venezuela (Quase lá Venezuela, em tradução livre), a iniciativa prometeu mudar os rumos do país governado por Maduro e fazer valer a vontade do povo.
Até o momento, no entanto, a iniciativa tem apenas recolhido doações por meio de um site, sem que qualquer ação concreta tenha sido realizada nos cerca de seis meses de existência.
Ajuda no Equador
Além dos contatos com Bukele e das ameaças contra Maduro, Prince se aproximou recentemente do governo do Equador.
Na última terça-feira (11/3), o presidente equatoriano, Daniel Noboa, anunciou uma parceria com Prince para combater a onda de violência que se alastra pelo Equador nos últimos anos. A aliança foi firmada durante visita de Prince ao país comandado por Noboa.
Não ficou claro como será a parceria entre Prince e o governo do Equador. O presidente do país apenas se referiu à iniciativa como uma “aliança estratégica para fortalecer” as capacidades equatorianas na luta contra o “narcoterrorismo”.
