Israel aprova acordo de cessar-fogo com o Hamas
Aprovação acontece após atraso inesperado de 48h, que gerou temores de que novos desentendimentos entre ambos pudessem sabotar acordo
atualizado
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O gabinete de segurança de Israel ratificou, nesta sexta-feira (17/1), o acordo de cessar-fogo com o Hamas para trocar dezenas de reféns e prisioneiros e pausar a guerra, que já dura 15 meses, por, inicialmente, seis semanas.
A aprovação acontece após atraso de 48 horas, que gerou temores de que desentendimentos entre Israel e o Hamas pudessem sabotar o acordo.
O que aconteceu?
- Israel e Hamas alcançaram acordo de cessar-fogo na guerra em Gaza, na quarta-feira (15/1), após meses de negociações frustradas por reivindicações de ambos os lados.
- Israel ameaçou não o acordo ao afirmar que o Hamas impôs “concessões de última hora”.
- O Hamas se pronunciou no mesmo dia. “O movimento afirma que respondeu de forma responsável e positiva à proposta”, disse a liderança política do grupo.
- Entretanto, Israel demorou 48 horas para se manifestar, chegando, inclusive, a atacar a Faixa de Gaza na noite de quinta-feira (16/1), o que geroutemor de que o acordo fosse revogado.
- Membros de extrema direita do governo de coalizão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também ameaçaram atrapalhar o acordo.
Com o acordo ratificado por Israel, o documento será encaminhado para a aprovação final, para que possa ser implementado no domingo (19/1), com a libertação dos primeiros reféns e prisioneiros.
Acordo de cessar-fogo tem três fases:
- 1ª fase: liberação gradual de reféns ao longo de um período de seis semanas, incluindo mulheres, crianças, idosos e civis feridos. Ao final da primeira fase, todos os prisioneiros civis, vivos ou mortos, terão sido libertados.
- 2ª fase: reféns vivos do Hamas serão enviados de volta, e uma proporção correspondente de prisioneiros palestinos será libertada; é previsto que Israel se retire completamente do território de Gaza, mas os detalhes das negociações ainda não estão certos.
- 3ª fase: troca de corpos de reféns mortos e membros do Hamas, e um plano de reconstrução para Gaza.
A guerra em Gaza dura 15 meses e já matou mais de 46 mil palestinos. Cerca de 1,2 mil pessoas em Israel foram mortas e outras 250 foram feitas reféns no ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.