China critica postura dos EUA na crise Rússia-Ucrânia: “Irresponsável”
Porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying afirmou que americanos vendem armas aos ucranianos e acentuam a crise no leste europeu
atualizado
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A porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying, criticou a postura dos Estados Unidos na crise geopolítica do leste europeu. Para a diplomata, as sanções americanas colocam “lenha na fogueira”.
Nesta quarta-feira (23/2), Chunying disse à imprensa local que a postura americana não tem colaborado para a resolução do conflito.
“Os Estados Unidos não deixaram de vender armas para a Ucrânia, aumentando a tensão e criando pânico”, salientou.
“Alguém que joga lenha na fogueira e acusa os outros assume uma postura imoral e irresponsável”, frisou a diplomata.
O governo chinês, segundo Chunying, não pretende impor sanções econômicas ao governo russo. Esse tipo de medida já foi imposta pelos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Austrália e Japão. Nunca foram uma forma eficaz de resolução de conflitos”, resumiu.
Repercussão
Nesta quarta-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu que o parlamento ucraniano aprove um decreto de estado de emergência válido por 30 dias. O governo ou a permitir que civis portem armas. É mais uma medida diante da tensão geopolítica no leste europeu.
Zelensky alertou que os riscos de um conflito entre a Rússia e a Ucrânia ameaçam toda a Europa. O presidente ucraniano quer mais sanções contra os russos e pediu armas aos países do Ocidente.
Após o término da audiência geral no Vaticano, o papa Francisco fez um apelo por paz ao comentar a crise geopolítica entre a Rússia e a Ucrânia.
“Tenho uma grande tristeza em meu coração com o agravamento da situação na Ucrânia. Apesar dos esforços diplomáticos das últimas semanas, cenários cada vez mais alarmantes estão se abrindo”, frisou.
O presidente russo, Vlir Putin, prometeu “respostas” às sanções econômicas impostas pela comunidade internacional.
Em pronunciamento no Kremlin, sede do governo russo, Putin voltou a afirmar que está disposto a negociar uma solução diplomática para a crise geopolítica, desde que sejam respeitados os “interesses e a segurança russos”, que são “inegociáveis”.
Crise em escalada
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existiam desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).
Nos últimos dias, a crise aumentou. A Rússia enviou soldados para a fronteira com a Ucrânia, reconheceu duas regiões separatistas ucranianas como repúblicas independentes e tem intensificado as atividades militares. A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014, quando anexou a Crimeia ao seu território.
A comunidade internacional tem alertado para o risco iminente de uma invasão russa ao território ucraniano, o que desencadearia uma guerra no leste europeu. A Otan e a União Europeia acompanham a situação com atenção.