Crítica: Pureza pode ser próxima aposta do Brasil para o Oscar 2023
O filme, protagonizado por Dira Paes e dirigido por Renato Barbieri, tem estreia marcada nos cinemas brasileiros para 19 de maio
atualizado
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Mesmo que o nome da personagem principal seja Dona Pureza, o longa homônimo mostra uma mulher forte, cheia de garra e que tem pouquíssima “pureza” para quem já viu muito de um Brasil problemático. O filme, protagonizado por Dira Paes e dirigido por Renato Barbieri, é uma boa aposta do país para concorrer ao Oscar 2023 de Melhor Filme Estrangeiro.
Com um enredo tocante que se a no interior do Maranhão, em um local de extrema pobreza quando o cruzeiro ainda era a moeda nacional, a produção não se deixa levar pelo costume que os filmes brasileiros tem de usar humor para abordar temas de cunho político. Com uma história real que já é suficiente para comover, Pureza mostra a luta contra o trabalho escravo em um Brasil dos anos 1990.
Veja o trailer:
Vencedor de 28 prêmios nacionais e internacionais, o longa é inspirado na história real de Dona Pureza, uma mãe brasileira que luta para livrar seu filho do trabalho escravo no país e se torna símbolo desta causa no mundo inteiro, sendo agraciada em 1997 com o Prêmio Antiescravidão oferecido pela organização não-governamental britânica Anti-Slavery International.
A atuação de Dira Paes, inclusive, é louvável: a atriz consegue transmitir a dor e o sofrimento de uma mãe que perdeu seu filho e precisa encontrá-lo. No meio disso tudo, Dona Pureza ainda adota outras vítimas do sistema como filhos, e luta para que todos eles tenham direito ao tratamento humanitário básico.
O longa, que estreia em 19 de maio e teve cenas gravadas em Brasília, promete ultraar as fronteiros dos cinemas brasileiros e tocar a Academia do Oscar com a história natural, pesada e de muito drama da simples Dona Pureza – que, de tanto apanhar na vida, perdeu tudo que seu nome significa.
Avaliação: Excelente