Tráfico, elo com CV, luxo e prisão: a vida polêmica de MC Poze do Rodo
Marlon Brandon Coelho Couto Silva, de 26 anos, foi preso por “ligação sólida” com a facção criminosa Comando Vermelho (CV)
atualizado
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A vida polêmica do MC Poze do Rodo envolve dificuldades, o ingresso no mundo do tráfico de drogas e a música que descreve a realidade vivida entre a vielas e becos de favelas do Rio de Janeiro. O funkeiro, cujo nome real é Marlon Brandon Coelho Couto Silva (foto em destaque), de 26 anos, foi preso nesta quinta-feira (29/5) por “ligação sólida” com a facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Antes dessa prisão, o MC se envolveu em diversas polêmicas. Em 17 de maio deste ano, durante um show do cantor, vários homens foram filmados exibindo armas de uso na Cidade de Deus, bairro da zona oeste do Rio.
Nas imagens que circulam nas redes sociais, os homens dançam e apontam os fuzis para o alto em meio à multidão. Em um dos vídeos, é possível ver dois fuzis sendo exibidos.
Veja o vídeo:
O evento ocorreu na véspera de uma operação deflagrada em 19 de maio para fiscalizar uma produção de gelo suspeito. Na ação, um policial civil foi morto. José Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi baleado na cabeça e chegou a ser levado em estado grave ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (RJ), mas não resistiu aos ferimentos.
Em novembro do ano ado, o MC foi alvo da Operação Rifa Limpa, da Polícia Civil do Estado do RJ (PCERJ).
Entenda a Operação Rifa Limpa:
- MC Poze teve os bens, joias e veículos de luxo apreendidos.
- A PCERJ revelou que o esquema dos sorteios ilegais reproduzia parâmetros da Loteria Federal para dar aparência de credibilidade e legalidade as rifas.
- Porém, a estrutura utiliza um aplicativo customizado e não auditado — com fortes indícios de manipulação. Prática exclusiva de instituições sem fins lucrativos.
- O esquema de sorteios necessita de autorização prévia da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda.
- Em 8 de abril deste ano, MC Poze usou as redes sociais para expor a revolta dele, por ainda não ter recuperado os bens apreendidos pela Polícia Civil.
- O funkeiro e a esposa, Vivi Noronha, foram alvos da Operação Rifa Limpa, cujo o objetivo é combater sorteios ilegais divulgados nas redes sociais.
- Em protesto, ele publicou no Instagram: “Vai tomar no cu, vai se foder, num fode, devolve meus ‘bagulhos’ que por direito são meus, neguin. Deus que me deu”.
- Dias depois da postagem, em 25 de abril, Poze conseguiu recuperar os bens, joias e veículos de luxo que foram apreendidos pela PCERJ.
“A Cara do Crime”
Marlon Brandon, o MC Poze, ganhou notoriedade no cenário do funk carioca nos últimos anos, com hits como “Essência de Cria”, “Vida Louca” e “A Cara do Crime”.
Ele é conhecido por ostentar um estilo de vida exuberante. O cantor tem ao menos 15 milhões de seguidores nas redes sociais.
Nascido no Rio de Janeiro, chegou a se envolver com o tráfico na favela do Rodo, quando ainda era adolescente. Ele costuma afirmar que o nascimento de uma das filhas foi uma das motivações para “deixar o crime”.
Nas músicas dele, são comuns letras que questionam a violência sofrida por jovens de favelas do Rio de Janeiro.
Fotos do MC Poze do Rodo:
Prisão e ligação com o Comando Vermelho:
- Em 2019, o funkeiro chegou a ser preso por tráfico de drogas, associação ao tráfico, incitação e apologia ao crime, em um baile no Mato Grosso.
- Como uma das músicas de MC Poze: “Ai, nosso fuzil tá demais”, que ele já começa com ele falando do CV, mais um dia de luta e sobre o tráfico.
- Na ocasião, com o músico foi apreendido uma porção de drogas e frascos de lança-perfume.
- Em julho de 2020, o cantor foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por associação para o tráfico.
- A prisão preventiva do funkeiro foi decretada, mas a defesa conseguiu a revogação do pedido.
- De acordo com o inquérito, Poze integra a maior facção criminosa do RJ, o Comando Vermelho.
- Ainda em setembro de 2020, a PCERJ realizou uma ação contra a milícia chefiada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do Rio.
- Segundo as investigações, Ecko ofereceu R$ 300 mil para que um policial militar sequestrasse e executasse o funkeiro – MC Poze do Rodo.
- Já em novembro de 2020, Poze teve a casa, no bairro do Recreio dos Bandeirantes (RJ) assaltada. Ele chegou a ser algemado na ação.
- De acordo com a polícia, três criminosos usando máscaras invadiram a residência e levaram R$ 5 mil e joias do apartamento do cantor. Ninguém se feriu.
- Em 2021, Poze foi alvo de outra investigação da Polícia Civil após ele aparecer em vídeos durante um baile funk na Vila do Ipiranga, em Niterói (RJ).
- Nas imagens, o artista canta em meio a uma enorme aglomeração, com homens com armas levantadas para o alto.