Ex-secretário de Saúde Francisco Araújo, que chegou a ser preso, é condecorado no DF
Nome de Francisco Araújo Filho está no corpo de graduados especiais no grau de comendador, publicada no DODF, dessa segunda-feira (30/8)
atualizado
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Afastado do cargo após acusação de chefiar suposto esquema de superfaturamento de testes para Covid-19 e corrupção em contratos da Saúde no governo de Ibaneis Rocha (MDB), o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo Filho, recebeu a Medalha Imperador Dom Pedro II.
A Comenda da Ordem do Mérito Bombeiro Militar do Distrito Federal Imperador Dom Pedro II, medalha concedida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), é destinada a bombeiros militares, autoridades e personalidades que contribuíram com as ações e demandas da corporação, com resultados positivos à sociedade.
A publicação aparece no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) dessa segunda-feira (30/8) e conta com uma longa lista de personalidades do DF, com honra que receberam o título de comendador.
O GDF divulgou nota sobre o ato publicado no Diário: ” O Governo do Distrito Federal esclarece que a Ordem do Mérito Bombeiro Militar do Distrito Federal Imperador Dom Pedro II foi entregue a 395 pessoas em 2 de julho de 2019. A documentação referente aos nomes homenageados foi formalizada no Diário Oficial do DF de 30 de agosto de 2021 por problemas no trâmite interno do Corpo de Bombeiros”, informou.
I da Covid
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, na última terça-feira (24/8), o direito ao ex-secretário de Saúde do Distrito Federal Francisco Araújo de ficar em silêncio no depoimento à I da Covid. A oitiva estava prevista para quinta-feira (26/8), mas foi adiada.
Conforme a decisão, o direito ao silêncio poderá ser usado nas perguntas que possam incriminá-lo. Contudo, a ministra ressalta que Araújo fica proibido de “faltar com a verdade relativamente aos questionamentos não incluídos nesta cláusula”.
Ele foi preso em 25 de agosto, no âmbito da Operação Falso Negativo, enquanto era secretário de Saúde.
O ex-gestor e outras 14 pessoas viraram réus, acusados de organização criminosa, inobservância nas formalidades da dispensa de licitação, fraude à licitação, fraude na entrega de uma mercadoria por outra (marca diversa) e peculato (desviar dinheiro público).
O prejuízo estimado aos cofres públicos, com atualizações monetárias e danos causados pela ação do grupo, é de R$ 46 milhões. Somente com possíveis fraudes em contratos para compra de testes da Covid-19, o MPDFT calcula dano de R$ 18 milhões ao erário.