Coren-DF: 834 profissionais de enfermagem já sofreram agressões
Pesquisa do Conselho Regional de Enfermagem mostra que 144 profissionais sofreram agressão física durante a carreira e 690, ataque verbal
atualizado
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As ocorrências de ameaças e agressões a profissionais de saúde têm aumentado no Distrito Federal. De acordo com pesquisa do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal (Coren-DF), 144 profissionais indicam que já sofreram alguma agressão física durante a carreira e 690 relatam ataque verbal.
Ameaças a profissionais de saúde aumentam 1.120% em 5 anos no DF
O levantamento questionou 834 técnicos e enfermeiros por meio de formulário eletrônico. Os dados indicam que 26 profissionais tomaram soco, 38 receberam chute e 40 levaram tapa enquanto trabalhavam. O Conselho, no entanto, acredita que o número pode ser bem maior.
Em maio, o Metrópoles apurou que as ocorrências de violência a profissionais de saúde durante o horário de trabalho aumentaram 1.120% no DF. Em 2017, foram computados cinco registros ao longo do ano. Em 2021, esse número chegou a 61.
Veja os registros:
O episódio mais recente teve como vítima uma técnica de enfermagem da Unidade Básica de Saúde 9, em Ceilândia. Débora Evelin, 35 anos, levou um soco no rosto durante plantão na quarta-feira (22/6). A profissional também sofreu agressão verbal e puxões no braço.
A paciente teria se irritado após Débora explicar que não havia psiquiatra para a receita de psicotrópico da mulher. Débora registrou ocorrência de lesão corporal e injúria, mas a agressora fugiu do local.
Enfermeira leva soco de acompanhante de paciente no DF: “Vulnerável”
De acordo com o levantamento da Coren, 644 profissionais de enfermagem sofreram humilhação.
Na pesquisa, os profissionais responderam quatro perguntas: Qual a sua formação? Em que setor você trabalha? Que tipo de agressão você sofreu, física ou verbal? Quais agressões foram cometidas contra você (humilhação, xingamento, ameaça, empurrão, tapa, chute, soco ou outro)?
Veja os resultados completos do levantamento:
Saúde pede socorro
Servidores públicos da saúde reuniram-se, na quinta-feira (23/6), para protestar contra os casos de agressão física registrados nos últimos dias por funcionários da enfermagem do Distrito Federal. Com o lema “A saúde pede socorro”, os manifestantes levaram cartazes para o ato na UBS 9, em Ceilândia.
Veja imagens do protesto:
De acordo com o Sindicato dos Enfermeiros do DF, apenas na semana do protesto, quatro servidores sofreram violências. Os casos ocorreram em Ceilândia, São Sebastião e Planaltina.
“Agora, só está faltando a gente tomar um tiro, porque todo dia estamos apanhando. Estamos manifestando a nossa revolta desses casos que estão acontecendo por falta de estrutura, profissionais e equipamentos. Não vamos mais aceitar isso”, defende a presidente da entidade, Ursula Nepomoceno.
Para o Coren, a segurança das unidades de saúde é frágil. “Os profissionais estão expostos à violência. É necessário reforçar tanto o sistema de vigilância quanto o de segurança, em nossa opinião”, manifestou-se, em nota.
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde e aguarda retorno.
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