Atestado confirma que pai de Bernardo morreu por enforcamento
Paulo Roberto foi enterrado nesta segunda-feira (13/04). Acusado de matar o próprio filho ele teria cometido suicídio em cela na Papuda
atualizado
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O atestado de óbito emitido pelo Instituo Médico Legal (IML) em nome do ex-servidor do Metrô-DF Paulo Roberto de Caldas Osório , 45 anos, confirmou a morte por enforcamento provocada por asfixia mecânica. No entanto, apenas o exame cadavérico irá apresentar mais detalhes cobre a circunstância da morte.
Ele foi encontrado morto no último sábado (11/04), em uma cela individual do Presídio do Distrito Federal I (PDFI), no Complexo Penitenciário da Papuda. Após ser preso pela Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), Paulo confessou ter tirado a vida do próprio filho, o pequeno Bernardo, de apenas 1 ano e 11 meses. O crime ocorreu em novembro do ano ado.
O inquérito que apura a morte de Paulo Osório foi instaurado pela 30ª Delegacia de Polícia (São Sebastião) e, inicialmente, é tratado como suicídio, já que ele estava em uma cela individual. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegaram a ser deslocados, mas o encontraram já sem vida.
Nesta segunda-feira (13/04), o corpo do ex-servidor foi enterrado no Cemitério Campo da Esperança. Cerca de 20 pessoas acompanharam o sepultamento.
Parte das pessoas que estiveram presentes no funeral são de um motoclube do qual Paulo Osório fazia parte. Os dois filhos do ex-servidor não compareceram ao enterro.
Morte é investigada
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), vinculada à Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), abriu procedimento istrativo para verificar as circunstâncias da morte de Paulo Osório. Fontes do Metrópoles informaram que ele usou uma calça jeans para se enforcar.
A Sesipe acrescentou que houve tentativa de reanimar a vítima. “Foi acionada a sirene, e o policial penal entrou no local e deu início aos procedimentos de reanimação, sem sucesso. O Samu foi acionado, mas quando chegou apenas comprovou o óbito”, ressaltou.
Conversa com detentos
O Metrópoles conseguiu detalhes do relato do servidor que encontrou o corpo. O policial informou que fazia a vistoria no Bloco F, ato conhecido como “confere” e, ao chegar à Ala G, verificou que a cela onde Paulo Osório era mantido preso estava escondida por um lençol, o que impossibilitava a visualização de seu interior.
O agente contou ter chamado pelo detento, mas não obteve resposta. Tirou o lençol e visualizou Paulo desfalecido, com a corda no pescoço, no espaço correspondente ao banho de sol da cela. O servidor acredita que, nesse momento, o preso já estava sem vida.
Internos das celas vizinhas afirmaram que conversaram com Paulo por volta das 13h e que, depois, não ouviram nenhum barulho. O policial afirmou ainda que não há nenhuma ocorrência de contaminação por Covid-19 na ala, tampouco presos com sintomas da doença.
O crime que chocou o DF
Em novembro do ano ado, Paulo Osório pegou o filho na creche e ofereceu ao menino um suco com remédios controlados. Provas colhidas ao longo da investigação indicam, segundo a Polícia Civil, que ele matou o garoto antes de pegar a BR-020 em direção à Bahia.
Ao ser encontrado naquele estado, confessou que deu uma superdosagem de medicamento controlado ao garoto, que começou a ar mal ainda na casa do pai, na 712 Sul.
O assassino confesso percorreu 1.035 km com o corpo até o Povoado Campos de São João, zona rural do município de Palmeiras (BA), onde o jogou às margens da BR-242, com a cadeirinha infantil.
O corpo foi desovado na região de Palmeiras. No dia 30 de novembro, o homem foi até Salvador. Depois, acabou preso em Alagoinhas (BA).
Sete dias após a localização do corpo do menino na Bahia, a Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) concluiu a investigação sobre o caso. O relatório policial foi finalizado e enviado à Justiça.
Posteriormente, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) ofereceu denúncia contra o pai da criança. O homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (praticado contra criança, motivo torpe e meio insidioso) e ocultação de cadáver. Ele já havia cumprido pena quando mais jovem por ter matado a própria mãe.
Veja aqui a cobertura completa do caso Bernardo.