Julgamento de Bolsonaro na TV vira aposta de Lula e do PT
Governo Lula aposta que julgamento de Bolsonaro no STF, que será televisionado, causará desgaste na popularidade do ex-presidente
atualizado
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Interlocutores do presidente Lula apostam na transmissão televisionada do julgamento da trama golpista para minar a popularidade do ex-presidente Jair Bolsonaro. A avaliação do Planalto é que a denúncia da Procuradoria-Geral da União (PGR) contra o ex-mandatário não afetará sozinha seu desempenho de intenção de voto. No Paraná Pesquisas desta semana, ele apareceu derrotando o petista num eventual segundo turno em 2026.
O governo Lula avalia que o julgamento do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), que é televisionado em rede aberta e com possibilidade de retransmissão no YouTube, redes sociais e demais canais de televisão, reproduzirá um clima semelhante ao da Comissão Parlamentar de Inquérito (I da Covid-19. Na ocasião, o colegiado conseguiu desgastar o então presidente reproduzindo as denúncias que chegavam ao Senado.
Ainda não se sabe quando o julgamento da suposta trama golpista acontecerá no STF. A PGR denunciou Bolsonaro e mais 33 pessoas por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa armada. Há ainda denúncias de outros crimes, envolvendo dano ao patrimônio da União.
Agora, o o STF abrirá prazo para manifestação da defesa de Bolsonaro. Só após ouvir os representantes legais do ex-presidente a Corte vai marcar uma data de julgamento. A primeira decisão é se o ex-mandatário e os demais denunciados pela PGR se tornarão réus. Uma eventual prisão só deve ocorrer após condenação formal e o esgotamento dos recursos.
Um dos pontos que promete esquentar o julgamento na TV é a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. Em depoimento, o militar acusou o ex-presidente de cogitar prender o ministro o STF Alexandre de Moraes. O fardado diz que o então mandatário chegou a ler e alterar o documento que sugeria a detenção do magistrado e a realização de novas eleições.
Outro ponto de destaque na delação de Mauro Cid é a declaração de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro instigou o ex-presidente a dar o golpe. Ela é a aposta do PL para melhorar o diálogo do partido com o eleitorado feminino, e deve ser candidata a senadora no Distrito Federal (DF).