Governo Lula aumenta orçamento do Ministério da Defesa
Levantamento mostra que governo Lula aumentou em quase 40% o orçamento da Defesa em 2024 e manteve o patamar em 2025
atualizado
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O governo Lula 3 aumentou a verba do Ministério da Defesa em quase 39% em 2024, quando elaborou sua primeira Lei Orçamentária, e manteve esse patamar no projeto de gasto público para 2025, com previsão de R$ 136,34 milhões para este ano. Apesar do crescimento, o ministro José Múcio considera que o valor longe do ideal, mas há uma espécie de constrangimento em pedir mais verba porque sabem que receberam um aumento num cenário de arrocho fiscal liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Levantamento feito pela coluna mostra a evolução das verbas da Defesa do governo Bolsonaro e do governo Lula. Quando os valores são corrigidos pela inflação, há sucessivos cortes até 2024, quando houve recomposição. Foram 22% a menos em 2020, 12% em 2021, e 4% tanto em 2022 como em 2023. Vale lembrar que o orçamento público é definido no ano anterior, então quando um novo presidente assume, faz o primeiro ano de governo com a LOA aprovada pelo seu antecessor. Veja na tabela:
Quando José Múcio estava cotado para deixar a Defesa, o principal motivo de reclamação compartilhada pelo ministro a aliados foi a constante necessidade de mediar a tensa relação entre o governo petista e os militares. Com o 5º maior orçamento da Esplanada no Projeto de Lei Orçamentária de 2025, os fardados seguem apontando a falta de dinheiro como um fator de desarmonia.
Na avaliação do Planalto, o governo faz o que pode para melhorar a relação, mas interpreta que nenhum orçamento quebrará a barreira ideológica com a caserna. Barreira essa que aumentou com a proposta de revisão da aposentadoria dos fardados, que será uma das prioridades na agenda de Lula este ano.
Na reclamação por mais orçamento, militares afirmam que a ordem de grandeza dos gastos com Defesa é diferente das demais pastas. Os fardados lembram que nos governos Lula 1 e Lula 2, houve iniciativas bilionárias como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e a compra de caças Gripen.
Neste ano, o governo Lula orquestra um investimento de R$ 112,9 bilhões (R$ 79,8 bilhões de recursos públicos e R$ 33,1 bilhões do setor privado) em tecnologias estratégicas para a soberania e defesa nacionais. A iniciativa é coordenada com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Esses investimentos públicos incluem o Projeto de Aceleração do Crescimento (PAC) da Defesa, com R$ 31,4 bilhões para projetos como o caça Gripen, o cargueiro KC-390, viaturas blindadas, fragatas e submarinos.