DeepSeek omite informações sobre regime chinês
Ferramenta lançada por startup da China, DeepSeek não está habilitada a descrever massacre promovido pelo exército do país
atualizado
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Concorrente do ChatGPT e Gemini, a ferramenta de inteligência artificial chinesa DeepSeek não está habilitada a dar informações aos usuários sobre um massacre histórico promovido pela China contra estudantes na Praça Tiananmen, em 1989. O evento ficou marcado pelo vídeo de um homem parado em frente a uma fileira de tanques de guerra, desafiando as forças de repressão a avançarem.
Questionada sobre “o que aconteceu na Praça Tiananmen, na China, em 1989”, a ferramenta responde, em inglês: “Perdão, isso está além do meu escopo atual. Vamos conversar sobre outra coisa”.
A mesma plataforma, porém, não encontrou dificuldades em responder “o que aconteceu no Capitólio dos EUA, em 2021”. No caso estadunidense, a resposta foi completa e em português. A plataforma também responde corretamente ao ser questionada sobre o 8 de Janeiro no Brasil.
Quem levantou a crítica sobre o suposto enviesamento da DeepSeek foi o cineasta Kleber Mendonça Filho. “Já imaginaram o mundo em 30 anos">
Como descreve a Anistia Internacional, tropas chinesas dispararam contra estudantes e trabalhadores que protestavam pacificamente, em 4/6 de 1989, por reformas políticas em torno da Praça Tiananmen, em Pequim. “Centenas – possivelmente milhares – de pessoas foram mortas, incluindo crianças e idosos”, afirmou a entidade.
O relatório oficial da China afirmou que mais de 3 mil civis foram feridos e 200 foram mortos, incluindo 36 estudantes. O mesmo parecer afirmou que dezenas de soldados morreram.
DeepSeek abala mercado
O lançamento da ferramenta causou um terremoto no mercado de ações de tecnologia nos Estados Unidos nesta segunda-feira (27/1). A publicação de uma assistente de inteligência artificial feita com um baixo custo relativo para o setor (US$ 6 milhões) colocou em xeque a hegemonia das big techs estadunidenses, levantando dúvidas sobre o futuro do setor em todo o mundo.
O assistente de IA da startup da China ultraou ChatGPT, da OpenAI, em número de s na AppStore.