Agente secreto da Abin é citado em fraude milionária e sofre punição
Investigações mostraram que agente secreto da Abin recebia dinheiro desviado de contas bancárias para comprar veículos e casas de luxo
atualizado
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Agente secreto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Magalhães Fernandes teve sua aposentadoria cassada nesta segunda-feira (8/4). Ele foi foi acusado de participar de um esquema de fraudes bancárias e lavagem de dinheiro que desviou R$ 10 milhões e fez vítimas em 23 estados.
Então servidor da Abin, Luiz Magalhães Fernandes chegou a ocupar cargo de chefia no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, durante o governo de Michel Temer. Quando a polícia deflagrou a Operação Ostentação, em maio de 2018, ele foi exonerado do posto sem alarde.
O esquema de fraudes foi investigado pelas polícias de Goiás e Tocantins. As autoridades apontaram o empresário Leandro Magalhães Fernandes, irmão de Luiz, como o cabeça da empreitada criminosa. O grupo mandava vírus para o celular das vítimas e, dessa forma, conseguia ar as contas bancárias virtuais. O dinheiro era direcionado para empresas as de bitcoins e para pagar boletos de ICMS e IPVA.
Parte do dinheiro desviado pela quadrilha, em torno de R$ 5 milhões, foi enviado por Leandro Xavier para o irmão, em Goiás, para a noiva, Danúzia Grasiela Sousa e Silva e outras duas pessoas em Tocantins. Os comparsas, segundo a investigação, lavavam o dinheiro com a compra de veículos e residências de luxo.
A Operação Ostentação foi deflagrada em 8 de maio de 2018. No dia 14 de maio do mesmo ano, Luiz Magalhães Fernandes foi afastado do cargo de chefia que ocupava na Abin. Em 2019, após a abertura de um processo istrativo disciplinar, Fernandes pediu aposentadoria do cargo de agente de inteligência.
A portaria que cassou a aposentadoria de Fernandes esta semana cita infração ao inciso X do artigo 117 da Lei 8.112. O dispositivo legal proíbe servidores públicos de “participar de gerência ou istração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário”.
Operação Ostentação
Na Operação Ostentação, foram apreendidos três automóveis de luxo avaliados em R$ 600 mil, uma cobertura e uma casa em bairros nobres de Goiânia (GO). Os imóveis tinham até elevadores panorâmicos e pisos importados da Itália.
Segundo as apurações policiais, clientes de bancos em 23 estados brasileiros tiveram suas contas invadidas após terem seus celulares atacados por softwares maliciosos, permitindo o remoto ao internet banking.
A Operação Ostentação, que teve a participação de 60 policiais dos estados do Tocantins, de Goiás e de São Paulo, cumpriu 5 mandados de prisão e 7 mandados de busca e apreensão, além de 7 ordens de sequestro de carros e casas e do bloqueio de R$ 1 milhão das contas dos suspeitos.