PM suspeito de homicídio disse que “ia pescar” e fugiu de operação
A polícia apurou que o crime foi motivado por uma disputa de terras e que um dos policiais contratou um executor para cometer o homicídio
atualizado
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O 3º sargento da Polícia Militar Heron Teixeira Pena Vieira, investigado pelo assassinato do advogado Renato Gomes Nery, escapou da polícia poucas horas antes da operação que visava prendê-lo. Segundo informações, Heron deixou sua casa de madrugada, alegando que “ia pescar”, mas não retornou. Ele segue foragido.
A Operação Office Crime – A Outra Face, deflagrada nessa quinta-feira (6/3), cumpriu mandados de prisão temporária contra quatro militares e um caseiro, apontado como executor do crime. No entanto, Heron conseguiu fugir antes da chegada dos agentes, levantando suspeitas de que tenha recebido um aviso antecipado sobre a ação policial.
O advogado Renato Nery, de 72 anos, foi assassinado em 5 de julho de 2024, na porta de seu escritório, em Cuiabá. Ele foi atingido por tiros e chegou a ar por cirurgia, mas não resistiu.
A polícia apurou que o crime foi motivado por uma disputa de terras e que um dos policiais contratou um executor para cometer o homicídio. Durante as investigações, os agentes identificaram a rota de fuga do atirador e apreenderam a motocicleta usada no crime, além da arma de fogo utilizada na execução.
Foram presos na operação:
• Soldado PM Wekcerlly Benevides de Oliveira
• Cabo PM Wailson Alessandro Medeiros Ramos
• 3º Sargento Leandro Cardoso
• Alex Roberto de Queiroz Silva (executor do crime, não policial)
Histórico
Heron Teixeira Pena Vieira não é um nome desconhecido para as autoridades. Ele foi um dos alvos da Operação Simulacrum, que investigou mais de 60 policiais militares suspeitos de envolvimento em execuções forjadas como confrontos policiais. O Ministério Público denunciou os envolvidos por pelo menos 24 mortes.
Segundo o Portal da Transparência, Heron ingressou na Polícia Militar de Mato Grosso em 2008 e atualmente trabalhava no setor de inteligência da Força Tática. Seu salário mensal era de R$ 11.666,27.
A Polícia Militar declarou que a Corregedoria-Geral está acompanhando o caso e ressaltou que não compactua com crimes dentro ou fora da corporação.
Já a Associação dos Cabos e Soldados da PM e do Corpo de Bombeiros (ACS-MT) informou que está prestando e jurídico aos policiais presos e colocou um perito à disposição para analisar a arma apreendida.