Garoto de 11 anos sofre bullying na escola e é obrigado a lamber chão
Alunos mais velhos desafiaram o menino a lamber o chão do pátio em troca de dinheiro. Escola afastou aluno até que medicação fosse ajustada
atualizado
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Um aluno de 11 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi vítima de bullying durante o intervalo em uma escola, no Morro da Nova Cintra, em Santos (SP).
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela mãe do estudante em 26 de fevereiro, dois alunos do 1º ano do Ensino Médio desafiaram o menino a lamber o chão do pátio em troca de R$ 20. O menino aceitou e, em seguida, foi alvo de risos dos colegas. A coordenadora da escola viu a situação, interveio e encaminhou os estudantes para a direção.
A mãe do aluno, Bianca Ferreira Martins, afirma que a escola já tinha conhecimento das condições do filho, que além do TEA, possui Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e retardo mental moderado.
Segundo ela, apesar dos laudos médicos que indicam a necessidade de um professor auxiliar, o estudante não conta com esse e na sala de aula.
Ainda segundo o relato, a escola não comunicou a família sobre o ocorrido, e a mãe só tomou conhecimento do caso após a filha, de 16 anos, que também estuda na unidade, ver o irmão lavando a boca no bebedouro.
A direção da escola teria orientado a família a manter o aluno afastado até que ele e por nova consulta médica para ajuste de medicação. A consulta, no entanto, está agendada apenas para maio.
Caso antigo
A escola já possui um histórico de atos negligentes com alunos. Em 2019, um professor da instituição teria proferido comentários racistas e humilhado uma aluna, de 15 anos, em sala de aula.
Segundo a aluna, comentários como “feia”, “a pele dela é feia porque ela é negra”, e referências ao cabelo da aluna “não mexer” foram feitos.
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc-SP)lamenta o ocorrido e repudia qualquer caso de violência nas escolas. Os responsáveis pelos alunos envolvidos foram chamados para uma reunião com o Conselho Tutelar e o caso foi registrado no Programa Conviva SP.
Segunda a Seduc-SP, o aluno agredido recebe apoio de um professor especializado e tem o ao programa Psicólogos nas Escolas para acolhimento.