Facção criminosa oferece “seguro” para fidelizar traficantes de drogas
O objetivo do “seguro” é garantir que os operadores da base do tráfico se mantenham fiéis à facção, mesmo diante de riscos iminentes
atualizado
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Uma investigação conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Amazonas (Ficco-AM) revelou um esquema inusitado: facções criminosas que atuam na região aram a oferecer uma espécie de “seguro” para traficantes e transportadores de drogas como forma de garantir fidelidade e manter a engrenagem do crime funcionando.
As descobertas vieram à tona durante a 3ª fase da Operação Torre, deflagrada entre os dias 1º e 2 de abril, quando foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e um de busca e apreensão contra integrantes de um grupo criminoso que também opera um sistema paralelo de “justiça”, conhecido como tribunal do crime.
De acordo com a investigação, os criminosos que atuam no transporte ou comercialização de drogas têm direito a esse “benefício” — que inclui apoio logístico, proteção e assistência em caso de prisão ou problemas com rivais.
O objetivo do “seguro” é garantir que os operadores da base do tráfico se mantenham fiéis à facção, mesmo diante de riscos iminentes, como apreensões ou confrontos com forças policiais.
Além disso, a facção se compromete a ajudar financeiramente familiares de integrantes detidos ou mortos em ações criminosas, criando uma rede de dependência e controle ainda mais forte sobre os envolvidos.
Tribunal do crime
As investigações também apontaram que a mesma facção mantém uma estrutura de julgamento interno, o chamado tribunal do crime, onde indivíduos acusados de descumprir regras impostas pela organização são “julgados” e punidos — com castigos físicos ou até mesmo a execução. Na 3ª fase da Operação Torre, dois desses “juízes” da facção foram presos.
A Operação Torre é conduzida por uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do Amazonas, além de secretarias de segurança estaduais e municipais. A atuação conjunta tem como objetivo o combate ao crime organizado e à violência, especialmente em áreas dominadas por facções.
