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Da escravidão ao clube VIP: R$ 3 mi para sair do “limbo” da anestesia

Sentenciados à exploração pelo cartel dos anestesistas, os sócios-minoritários deviam desembolsar milhões para trabalhar com tranquilidade

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Cartel dos anestesistas
1 de 1 Cartel dos anestesistas - Foto: Arte/Metrópoles

Na extensa lista dos crimes executados pelo cartel dos anestesistas, a exploração e o abuso de poder praticamente lideram. Por trás das cortinas, a hierarquia estruturada pela Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do DF (Coopanest-DF) destinava um único lugar aos médicos autônomos, recém-formados ou novatos na capital: o limbo.

Conforme apurado e noticiado pela coluna, dentro dos grupos de procedimentos anestésicos, os médicos anestesistas eram divididos entre sócios-majoritários e sócios-minoritários. Esses últimos, apelidados de “bagres”, eram subjulgados e sentenciados pelo tribunal do cartel a uma rotina árdua, com pagamentos inferiores aos valores efetivamente faturados pelos serviços executados.

Um dos depoimentos de testemunhas aponta que, enquanto o sócio-majoritário embolsava os valores gerados pelos boletins anestésicos, o “bagre” recebia apenas o chamado “valor de plantão”, que variava de R$ 1,2 mil a R$ 3 mil por 12 horas de trabalho. Em alguns casos, procedimentos realizados por um “bagre” poderiam gerar R$ 30 mil à cooperativa, dos quais apenas R$ 1,2 mil eram pagos ao profissional — o restante era fragmentado aos sócios do grupo.

Outros testemunhos afirmam que, como a demanda por anestesiologia é ampla no DF, os sócios-majoritários reavam parte dos procedimentos aos “bagres”, também denominados “colaboradores”. Esses profissionais eram responsáveis por plantões noturnos, dos fins de semana e por atuar em cirurgias complexas — mas recebiam apenas valores fixos por hora, sem qualquer participação nos lucros.

No cenário de exploração, porém, havia esperança aos “bagres”, que sabiam que a condição exaustiva poderia ser modificada. Quem tinha disposição, no entanto, deveria estar dispostos a desembolsar valores exorbitantes.

Segundo relatos, após três a cinco anos atuando no grupo, o profissional poderia ser convidado a se tornar sócio-majoritário. Para isso, era necessário pagar uma cota que poderia variar entre R$ 1,8 milhão e R$ 3 milhões, a depender do hospital e do faturamento da unidade.

A transferência da cota também ocorria em casos de aposentadoria de um sócio, quando ele vendia sua participação a outro anestesista. Nesse cenário, porém, os “bagres” se viam frente a novos desafios — o processo de escolha era seletivo: os chefes do grupo evitavam convidar mulheres e priorizavam os profissionais que mais assumiam plantões pesados, liberando os sócios das escalas mais exigentes.

Alvo

Com o esquema revelado, os integrantes do cartel são alvo da Operação Toque de Midaz, deflagrada em abril pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do DF. A ação cumpriu mandados de busca e apreensão contra anestesiologistas e dirigentes da cooperativa suspeitos de liderar um esquema criminoso com características de cartel, formação de organização criminosa, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro.

Em nota, a Coopanest-DF negou qualquer irregularidade e afirmou que “nunca houve e não há cartel” ou ilegalidade em sua atuação. A cooperativa também declarou manter compromisso ético com seus cooperados há mais de 40 anos.

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