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Leia também Mundo Trump desdenha de Zelensky e revela conversas “muito boas” com Putin Mundo Putin nega que Ucrânia será excluída de negociações de paz com Trump Mundo Europa tenta se unir para não deixar Ucrânia nas mãos de Trump e Putin Se o Ocidente tivesse fornecido mais armas de ataque à Ucrânia, sem dobrar-se à chantagem nuclear de Vladimir Putin, a Rússia teria recuado e, muito possivelmente, o carniceiro do Kremlin estaria sob ameaça de ser derrubado internamente, porque a sua máquina de propaganda não seria mais suficiente para esconder o tamanho do desastre bélico a que ele submeteu o país. Três anos depois da invasão, contudo, Vladimir Putin ou a contar com um aliado no Ocidente, com um traidor do direito internacional, com um louco megalômano como ele próprio, com um tchutchuca: o presidente dos Estados Unidos da América. Donald Trump, que se elegeu prometendo acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, comprou a narrativa tão falsa quanto insana do carniceiro russo, segundo a qual foi a Ucrânia a iniciar a guerra, porque estava para aderir à Otan, a aliança militar ocidental. Vou repetir, aqui, o que já escrevi em outra encarnação: “De onde saiu o pretexto de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia, o de que ela poderia associar-se à Otan e servir de trampolim a uma agressão contra a Rússia? Ele foi consequência direta da anexação da Crimeia e das provocações russas na região separatista de Donbass. 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A Polônia e os países bálticos é que pressionavam pela entrada do vizinho, sem ter, contudo, força política para fazer valer a sua vontade. Como diz a cientista política sa Françoise Goujon, especialista em Ucrânia e Belarus, ‘a ameaça russa no leste da Ucrânia é feita precisamente para afastar os ocidentais, ao o que reforça as elites ucranianas no mérito do seu pedido de proteção às organizações euro-atlânticas’. Em resumo, a neutralidade da Ucrânia já existia antes de Vladimir Putin anexar a Crimeia, começar a fazer as suas lambanças em Donbass, desrespeitar o Tratado de Minsk e invadir o país. Mesmo depois de 2019, a possibilidade de os ucranianos integrarem a Otan encontrou empecilhos na aliança militar ocidental, inclusive porque, para além das oposições de França, Alemanha e também Estados Unidos, o país enfrenta conflitos territoriais, o que inviabiliza a sua issão pelas próprias normas da Otan, que proíbem a entrada na aliança militar de um país que esteja em guerra. O que o ditador russo sempre quis mesmo era tomar a Ucrânia, no seu devaneio de refazer as fronteiras do império soviético. Quando ordenou a invasão, ele simplesmente achou que poderia abolir a existência de uma inteira nação. Mas ele se deparou com a resistência heróica dos ucranianos, que não lhe estenderam um tapete vermelho, ao contrário do que ele delirantemente esperava, e com a incompetência do próprio exército.” Para um acordo de paz, os ucranianos precisam ter a garantia mínima de que a Rússia não voltará a atacá-los. Precisam contar com tropas estrangeiras estacionados no seu território que inibam qualquer agressão de Vladimir Putin. Mas o carniceiro do Kremlin não quer nada disso, porque só quer tomar fôlego para voltar a atacar a Ucrânia, e não só. O sonho imperialista de Vladimir Putin inclui anexar os países bálticos, a Polônia, a Romênia, a Moldávia, a Geórgia. 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Três anos após invadir a Ucrânia, Putin conta com o tchutchuca Trump

Três anos depois da invasão Putin ou a contar com um aliado no Ocidente, com um traidor do direito internacional: Donald Trump

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1 de 1 Imagem colorida mostra Vladimir Putin e Donald Trump - Metrópoles - Foto: Kremlin Press Office / Handout/Anadolu Agency/Getty Images

Há três anos, Vladimir Putin invadiu a Ucrânia, avançando também sobre a capital, Kiev. Queria riscar o país do mapa, anexando-o como se fosse território russo de direito, no seu desvario extemporâneo de ressuscitar a União Soviética.

Vladimir Putin falhou miseravelmente. O exército russo ocupa, hoje, cerca de 20% do território ucraniano, mas ao custo de perdas pesadíssimas de soldados e de equipamentos. Ao contrário do que o carniceiro do Kremlin imaginava, os ucranianos se mostraram unidos, valentes, inteligentes e com capacidade de resistência não menos do que épica.

Se o Ocidente tivesse fornecido mais armas de ataque à Ucrânia, sem dobrar-se à chantagem nuclear de Vladimir Putin, a Rússia teria recuado e, muito possivelmente, o carniceiro do Kremlin estaria sob ameaça de ser derrubado internamente, porque a sua máquina de propaganda não seria mais suficiente para esconder o tamanho do desastre bélico a que ele submeteu o país.

Três anos depois da invasão, contudo, Vladimir Putin ou a contar com um aliado no Ocidente, com um traidor do direito internacional, com um louco megalômano como ele próprio, com um tchutchuca: o presidente dos Estados Unidos da América.

Donald Trump, que se elegeu prometendo acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, comprou a narrativa tão falsa quanto insana do carniceiro russo, segundo a qual foi a Ucrânia a iniciar a guerra, porque estava para aderir à Otan, a aliança militar ocidental.

Vou repetir, aqui, o que já escrevi em outra encarnação:

“De onde saiu o pretexto de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia, o de que ela poderia associar-se à Otan e servir de trampolim a uma agressão contra a Rússia? Ele foi consequência direta da anexação da Crimeia e das provocações russas na região separatista de Donbass.

Em 2010, dois anos depois de tentar ingressar na Otan, juntamente com a Geórgia, que acabou invadida logo depois de ter o o negado pela Otan, a Ucrânia incluiu na sua Constituição uma cláusula de neutralidade militar, formalizando por lei o tratado assinado com os russos na sua independência, em 1991 — independência conquistada em troca da devolução à Rússia do arsenal nuclear soviético instalado no seu território e do compromisso de Moscou de respeitar as fronteiras ucranianas.

Essa neutralidade só foi deixada de lado em 2019, justamente por causa das agressões russas em 2014 e a crescente ameaça de Moscou de invadir novamente o país, como de fato viria a ocorrer em 2022. Naquele ano, os ucranianos incluíram na sua lei maior um artigo que previa o ingresso na Otan, mas nunca contaram, para tanto, com o apoio da França e da Alemanha, que não queriam provocar Vladimir Putin e, no caso dos alemães, dependiam do gás russo para movimentar a sua economia.

A Polônia e os países bálticos é que pressionavam pela entrada do vizinho, sem ter, contudo, força política para fazer valer a sua vontade. Como diz a cientista política sa Françoise Goujon, especialista em Ucrânia e Belarus, ‘a ameaça russa no leste da Ucrânia é feita precisamente para afastar os ocidentais, ao o que reforça as elites ucranianas no mérito do seu pedido de proteção às organizações euro-atlânticas’.

Em resumo, a neutralidade da Ucrânia já existia antes de Vladimir Putin anexar a Crimeia, começar a fazer as suas lambanças em Donbass, desrespeitar o Tratado de Minsk e invadir o país. Mesmo depois de 2019, a possibilidade de os ucranianos integrarem a Otan encontrou empecilhos na aliança militar ocidental, inclusive porque, para além das oposições de França, Alemanha e também Estados Unidos, o país enfrenta conflitos territoriais, o que inviabiliza a sua issão pelas próprias normas da Otan, que proíbem a entrada na aliança militar de um país que esteja em guerra.

O que o ditador russo sempre quis mesmo era tomar a Ucrânia, no seu devaneio de refazer as fronteiras do império soviético. Quando ordenou a invasão, ele simplesmente achou que poderia abolir a existência de uma inteira nação. Mas ele se deparou com a resistência heróica dos ucranianos, que não lhe estenderam um tapete vermelho, ao contrário do que ele delirantemente esperava, e com a incompetência do próprio exército.”

Para um acordo de paz, os ucranianos precisam ter a garantia mínima de que a Rússia não voltará a atacá-los. Precisam contar com tropas estrangeiras estacionados no seu território que inibam qualquer agressão de Vladimir Putin. Mas o carniceiro do Kremlin não quer nada disso, porque só quer tomar fôlego para voltar a atacar a Ucrânia, e não só. O sonho imperialista de Vladimir Putin inclui anexar os países bálticos, a Polônia, a Romênia, a Moldávia, a Geórgia. E ele conta, agora, com um aliado na Casa Branca, que não entendeu nada do que está acontecendo e ainda quer cobrar da Ucrânia, na forma de confisco de riquezas minerais, a ajuda militar que os Estados Unidos lhe deram, como se os ucranianos estivessem defendendo apenas si próprios, e ilegitimamente, não o inteiro Ocidente, naquele que é o prefácio da Terceira Guerra Mundial. Vergonhoso.

Donald Trump está implodindo o sistema de alianças que permitiu aos Estados Unidos e à Europa enfrentar as ameaças externas à democracia liberal. Em 2018, Henry Kissinger disse ao Financial Times: “Acho que Trump talvez seja uma dessas figuras da história que aparecem de vez em quando para marcar o fim de uma era e forçá-la a desistir de suas velhas pretensões. Isso não significa necessariamente que ele saiba disso ou que esteja considerando qualquer ótima alternativa. Pode ser apenas um acidente”. Esse acidente pode ser ferroviário.

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