Moda pela Mudança: curso on-line abordará desafios na sustentabilidade
Desenvolvidas pela plataforma Fashion For Future, as aulas acontecerão em março de 2021 e já estão com inscrições abertas
atualizado
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A indústria fashion é a segunda mais poluente, ficando atrás apenas da petrolífera. Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), perde-se anualmente cerca de US$ 500 bilhões com o descarte de roupas, quando se fala de peças que vão direto para aterros, sem serem recicladas. Por isso, a sustentabilidade se tornou uma pauta urgente e relevante na moda. Com o objetivo de trazer mais informações e conscientização sobre a temática, a plataforma Fashion For Future criou um curso especial, a ser ministrado em março de 2021.
Vem comigo!
Batizado de Moda pela Mudança – Sustentabilidade na Cadeia Têxtil e de Vestuário, o novo curso da Fashion For Future, é comandado por Bruna Rigato, uma das fundadoras da Fashion For Future. Brasileira radicada na Itália, ela é designer de formação, com experiência no setor de luxo.
O intuito é oferecer bagagem para que os alunos possam tomar as decisões mais acertadas de consumo e formar opiniões conscientes, independentemente. “A ideia foi criar um curso com uma visão completa da sustentabilidade na prática para os profissionais de moda. Por isso, a gente aborda a sustentabilidade em cinco módulos: seus pilares, a perspectiva social, os materiais, os negócios e o design”, explica Rigato.
“Estudando muito sobre o assunto, percebi o quanto os profissionais e marcas de moda ou veem a sustentabilidade como algo inalcançável ou como algo de marcas de nicho. Queremos mudar essa visão e auxiliar os profissionais da moda a tomarem decisões sustentáveis e serem agentes de uma mudança onde quer que eles trabalhem”, completa a idealizadora.
Segundo Bruna Rigato, é perceptível que várias pessoas têm interesse em práticas mais sustentáveis, mas muitas vezes não sabem como começar. “O curso é para justamente dar esse guia, uma base de conhecimento e entender que a sustentabilidade não é só uma decisão específica ou uma fórmula, é mais complexa e depende de cada contexto.”



Sobre o curso
Com duração total de 20 horas, o curso oferecerá certificado internacional. Além de aulas gravadas, haverá encontros virtuais ao vivo. Qualquer pessoa interessada pode participar, incluindo estudantes, profissionais e amantes da moda em geral. As inscrições já estão abertas on-line.
Além da própria Bruna Rigato, haverá três professoras. Uma delas é Laura Fernandes, que trará o conteúdo da sustentabilidade como fenômeno social. A especialista é mestre em design pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e bacharel em istração pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), além de tecnóloga em design de moda.
Os inscritos também terão o a conteúdo ministrado por Camilla Borelli, doutora em engenharia química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestre em engenharia mecânica pela Universidade de São Paulo (USP) e bacharel em engenharia têxtil pela Fundação Educacional Inaciana (FEI). Doutora pela Universidade de Manchester (Inglaterra), Natália Moreira completa o time. Ela também é mestre em desenvolvimento de produtos sustentáveis pela Politecnico di Torino, na Itália, e graduada em têxtil e moda pela USP.



Para ficar de olho
As políticas ecológicas se tornaram cruciais para marcas que prezam pela responsabilidade social, critério cada vez mais avaliado pelos consumidores, principalmente os das novas gerações. Vale destacar que ser sustentável vai muito além de não fazer mal ao ambiente. Como a coluna já mostrou anteriormente, ação sustentável é algo que envolve ética, valores, humanidade e até prosperidade econômica.
Na avaliação de Bruna Rigato, é preciso entender que a sustentabilidade engloba um processo contínuo de mudanças. A sócia-fundadora da Fashion For Future destaca alguns exemplos atuais de destaque na atualidade. “No Brasil, a C&A tem padrões e selos que exigem uma mudança significativa na mão de obra. O Brasil Eco Fashion Week traz muita discussão e exemplos de marcas emergentes e sustentáveis – é incrível também”, aponta.
“Aqui, na Itália, temos muitos exemplos da indústria investindo em inovação, como a Vegea que faz um ‘couro’ sintético com o descarte das cascas de uva da indústria de vinhos; ou a Orange Fiber, que produz tecidos com cascas de laranjas. Grandes grupos, como o Kering, fizeram compromissos ousados com a União Europeia e têm cumprido as metas para alcançar a sustentabilidade”, finaliza Rigato.
Colaborou Rebeca Ligabue