Anistia: PL muda tom e diz topar alternativa ao regime de urgência
Líder do PL disse não querer “constranger” Hugo Motta sobre projeto da anistia e que aceita comissão especial em vez do regime de urgência
atualizado
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Líder do PL na Câmara, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) mudou o tom em relação à tramitação do projeto que prevê anistia aos condenados pelas invasões golpistas do 8 de janeiro de 2023.
No ato de domingo (16/3) no Rio de Janeiro, o líder havia prometido protocolar, na quinta-feira (20/3), um requerimento de urgência para que a proposta fosse votada diretamente no plenário.
Na reunião de líderes da Câmara nesta quinta, porém, Sóstenes adotou um tom mais brando. Ele disse que a anistia é uma prioridade para o PL, mas se mostrou aberto a outros caminhos de tramitação.
À coluna, Sóstenes disse que deixou claro ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não o “constrangiria” apresentando um pedido de urgência, sem aval do chefe da Casa.
O líder do PL afirmou que, se Motta não quiser pautar a urgência, que instale logo uma comissão especial na Cãmara para analisar o mérito do projeto, antes de ele ir à votação no plenário.
“Nós preferimos a urgência, pedimos a urgência. Mas, se ele achar que não dá para nos atender na urgência e instalar a comissão especial imediatamente, está resolvido nosso problema”, disse Sóstenes à coluna.
O líder do PL relatou que também “tranquilizou” Motta de que não tentará aproveitar a ausência de Motta na próxima semana para tentar pautar a urgência do projeto da anistia.
Como vem noticiando a coluna, Motta estará no Japão com Lula na próxima semana. Com isso, o comando da Câmara estará nas mãos de Altineu Côrtes (PL-RJ), primeiro vice-presidente da Casa.
“Não vamos usar a ausência do Hugo para pressionar o Altineu a pautar. Já tranquilizei todo mundo. Mas deixei claro que, na volta, será nossa prioridade. Se o Hugo não tiver tomado uma decisão, entro em obstrução”, afirmou Sóstenes.
O líder do PL contou à coluna que Motta precisou deixar a reunião de líderes antes de dar uma resposta sobre o projeto da anistia, mas que pediu para os dois conversarem ainda na quinta sobre o assunto.