1 de 1 Andrea Godoy, indicada para a superintendência do Ibama no Paraná
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O Ministério Público Federal (MPF) pediu que o governo Lula não coloque na chefia do Ibama no Paraná a advogada e dentista Andrea Godoy, que não tem formação ambiental. O documento foi enviado na última sexta-feira (2/6) ao Ministério do Meio Ambiente e à Casa Civil, onde corre um processo de indicação de Godoy.
O MPF no Paraná afirmou que Godoy não segue nenhuma das regras do Ibama para o cargo, e que a nomeação afronta os princípios da legalidade, impessoalidade e eficiência. Uma portaria publicada em março definiu que o superintendente do órgão precisa seguir um destes requisitos: experiência de quatro anos em áreas ligadas à atuação do Ibama; cargo de confiança no governo por quatro anos; título de especialista, mestre ou doutor em áreas ligadas à atuação do Ibama; ou cursos de liderança com pelo menos 120 horas.
O documento apontou que Godoy incluiu um curso em seu currículo no último dia 30, em busca de “afastar futuras alegações de desconhecimento da área” ambiental. Trata-se do curso virtual de 30 horas “Direito ambiental”, da Fundação Getulio Vargas. Segundo os procuradores, o curso só começa no próximo dia 15 e aborda “conceitos básicos de direito ambiental”.
Antes dessa inclusão de última hora, o currículo de Godoy não fazia nenhuma menção à área ambiental, em que atua o Ibama. Godoy é formada em direito, odontologia e istração, com especializações em direito de família e odontologia estética. Como advogada, não atuou em temas ligados ao meio ambiente, de acordo com o MPF.
Nas redes sociais, Andrea Godoy compartilhou fotos em que aparece no Palácio do Planalto e em ministérios no governo Lula. Também foi convidada para o jantar de posse de Lula no Itamaraty em janeiro.
Procurada, Andrea Godoy não respondeu. A Casa Civil e o Ministério do Meio Ambiente também não responderam. O espaço está aberto para manifestações.
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A destruição de florestas na Amazônia alcançou um novo e alarmante patamar durante o governo Bolsonaro. O desmatamento no bioma aumentou 56,6% entre agosto de 2018 e julho de 2021, em comparação ao mesmo período de 2016 a 2018
Igo Estrela/Metrópoles
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De acordo com a pesquisa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), mais da metade (51%) do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, principalmente (83%) em locais de domínio federal
Igo Estrela/Metrópoles
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Dois anos após o Dia do Fogo, as queimadas na região voltaram a quebrar recordes anuais. Em 2020, a Amazônia Legal registrou o maior índice dos últimos nove anos (150.783 focos de fogo), um valor 20% maior que no ano anterior e 18% maior que nos últimos cinco anos
Igo Estrela/Metrópoles
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Em 2019, Bolsonaro se envolveu em algumas polêmicas ao ser pressionado sobre as medidas para controlar a situação das queimadas na Amazônia. Na época, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que o mês de julho havia registrado aumento de 88% nos incêndios, em comparação com o mesmo período do ano anterior
Fábio Vieira/Metrópoles
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O presidente da República questionou a veracidade das informações e chegou a afirmar que se o relatório fosse verdadeiro a floresta já estaria extinta. O diretor do instituto, Ricardo Galvão, acabou exonerado por causa da qualidade das informações divulgadas pelo órgão
Ricardo Fonseca/ASCOM-MCTIC
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Bolsonaro chegou a culpar as organizações não governamentais (ONGs) pela situação na floresta. Segundo o presidente, o objetivo era enviar as imagens para o exterior e prejudicar o governo
Fábio Vieira/Metrópoles
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Diante da polêmica, o governo lançou edital com o intuito de contratar uma equipe privada para monitorar o desmatamento na Amazônia. O presidente também convocou um gabinete de crise para tratar das queimadas e prometeu tolerância zero com os incêndios florestais
Fotos Igo Estrela/Metrópoles
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Porém, durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, as políticas ambientais foram alvo de críticas devido aos cortes orçamentários, desmonte de políticas de proteção ambiental e enfraquecimento de órgãos ambientais
Reprodução
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Em 2020, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o chefe do Executivo voltou a criar polêmicas ao declarar que os incêndios florestais eram atribuídos a "índios e caboclos" e disse que eles aconteceram em áreas já desmatadas. Além disso, Bolsonaro alegou que o Brasil é vítima de desinformação sobre o meio ambiente
Agência Brasil
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No ano seguinte, Bolsonaro elogiou a legislação ambiental brasileira e o Código Florestal e enalteceu a Amazônia durante a assembleia. Além disso, disse que o futuro do emprego verde estava no Brasil
Agência Brasil
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Em novembro de 2021, o presidente classificou as notícias negativas sobre a Amazônia como “xaropada”. Contudo, de acordo com o Inpe, a área sob risco tem 877 km², um recorde em relação à série histórica
Lourival Sant’Anna/Agência Estado
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Durante um evento de investidores em Dubai, Jair disse que a Amazônia não pega fogo por ser uma floresta úmida e que estava exatamente igual quando foi descoberta, em 1500
Agência Brasil
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Bolsonaro costuma falar com apoiadores no Palácio da Alvorada todos os dias